segunda-feira, 13 de abril de 2009

Inspiração


Ela vem de repente fazendo nascer brotos rapidamente
E freneticamente eles se expandem
Querem abraçar um mundo de sensações de uma só vez

Sem cessar ela te contagia por um momento
E parece te anular em outros

Pode te levar para qualquer lugar
E você com ela viajar

Como um córrego em fluxo
Captando cada objeto
e circulando entre linhas e letras mal feitas

Assim é a inspiração
Não tem explicação

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Terremoto


Quando a aurora ressurgir
No dia em que tudo renascer
O mundo será prometido para nós

Lugar das ilusões e sonhos reais
Onde todos serão mansos
E o encontro com a tranquilidade será a regra
Nova lei

Dia novo cheio de esperanças
Reunindo as lembranças de um tempo perdido
O desconhecido e despido momento de olhar para si próprio
Terremoto

Coração seco


Seco é o teu coração que não consegue sentir amor
Que desconhece a beleza nas pessoas
Que pensa que vê o que não pode enxergar
Pois sendo gelo não percebe o calor

É distante o teu coração
E como uma pedra dura
Não sabe abrir as portas para o afeto
Mas apenas para coisas fúteis
Para o supérfluo

E de secura morrerá teu coração
Que monstruoso parece
E que de amor carece
E do perene se esquece

Passageiro de um mundo sem luz
Onde muitos não amam de verdade
E que de tanta pretensão e individualidade
Morre da tua própria maldade

Pequeno e vazio
Distante e solitário
Esse é o seu preço Coração seco.

Palavras soltas


Eco e teto
Ar e mar
Solto e morto
Farpa e arpa

Medo e dedo
Passo e traço
Delírio e colírio
Lapiseira e cabeleira

Rico e mito
Dente e crente
Escola e flora

Vida e sina
Rotina
Freio e receio
Custeio

Fato e ato
Tato e mato
Poema e fonema
Iracema e esquema

Escada e parada
Palavra

Cérebro


Orgão duvidoso
Pode criar o bem e o mal
Por caminhos distintos
O inescrupuloso e o ardiloso
O sonhador e o surpreendente
O frio e o caloroso

O seco e o racional
O anjo e o demônio
Labirinto misterioso

Não é o cérebro eletrônico
É um enigma humano
Não achamos o porquê de tanta coisa
Mas tudo acontece lá
Numa caixinha secreta
Que nunca está aberta

Neurônios em conexão e desconexão
Alguns,sem emoção
Outros,pura ilusão
Nada de ficção

Cé-re-bro
Caminhos errados ou certos
Tudo gravado e aprendido
Parecendo não ter volta
Orgão humano
Mas também desumano

Reboliço


A alma quer descansar
E como quem grita por socorro
Busca solução em qualquer coisa

Algo que aparentemente possa trazer algum alívio
Dando voltas e mais voltas
Aflições inerentes ao humano
Cortando como um bisturi
Alfinetando o âmago

Espetando como farpa
A angústia de existir
Desespero momentâneo
Contorcionismo interior
Reboliço