quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Lembrando Clarice


Não sei por qual motivo escrevo
Há uma esperança de que a expressão da emoção e do pensamento provoque algo em alguém
Ou mude alguma ordem
Mas não muda nada
Não muda nada

Quando escrevo eu morro
E preciso ressuscitar, no descanso,para poder morrer de novo
Agora,estou morta
E não sei quando irei reviver para poder morrer outra vez

Quem se preocupa com formalidades,não conseguirá me entender
Não é preciso idade
É só estar imbuído e penetrado
Ter intuição e sensibilidade

Assim como Macabéia,eu também não sei quem sou
Não sou uma profissional porque não cumpro obrigações
Não tenho obrigações com o que escrevo
Apenas escrevo
E, por isso,não gosto de ser rotulada
Não gosto de dar entrevistas

obs: Tomei como base para escrever esse texto,as respostas de Clarice em uma entrevista realizada em 1977

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