Quando pensei em criar um Blog queria inventar um espaço livre para discutir temas e se expressar por meio de poemas e textos. Por isso,tudo o que possa contribuir para esse Universo Incandescente será bem vindo por aqui.
domingo, 17 de maio de 2009
Deixa o peixe em paz!
autoria: parceria A Estrangeira e Pedro Botafogo
Comendo Koni numa noite quente
Ao lado de pessoas débeis mentais
Digo até um pouco engraçadas
Ou será que o chopp fez efeito?
Não sei se fez;se fez bem ou mal
Só sei que,finalmente,te conheci
O sabor do mel no peixe me intrigou
O doce e o frio se encontrando
O calor e o salgado se colando
Frio doce?Calor salgado?
O choque e a fusão entre os opostos
Papo de bêbados
Ou será que o chopp fez efeito?
Não sei se fez;se fez bem ou mal
Só sei que,finalmente,te conheci
Shoyo com pimenta insistentes
Deixa o peixe em paz!
Esquenta não ou pensa que é muito bom
Descobrir um sabor novo:o Koni
Foi bom te conhecer
Finalmente
Foi bom demais!
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Era a Ana
Após a morte de Ana tudo o que era claro ficou escuro
Sombras...
Vejo as sombras de suas vestes no chão enquanto a moça dança e marca a sua luz no mundo:a sua beleza interior
Eu não sabia que Ana estava tão presente em mim,em cada passo despercebido dessa minha vida cega.
Nunca imaginei que a tua ausência brusca me deixaria tão revolto e me traria tantas incertezas para o restante dos meus dias;pois era ela,era ela,era ela a mulher da minha vida.
Era Ana aquela que sempre habitou todos os meus sonhos reprimidos,sufocados,camuflados.
Que peso caiu sobre os meus ombros naquela noite triste!
Ao perceber que Ana sofria em tantos momentos e que eu estava distante.
Me afastei dos princípios mais nobres porque a temia.Ela me faria tremer como um menino frágil que depende da proteção de uma mãe.
Após ver seu rosto pálido pela última vez,fui até sua casa.
Lá encontrei seus rastros de solidão:música,livros,escritos,roupas,pertences e pequenos objetos.
E como cada uma daquelas coisas tinha valor!
Era a marca de quem passou pela vida como uma pluma:leve;
como uma caixa vazia:que ninguém valoriza;
como um vulcão extinto:no qual ninguém acredita haver força.
Toquei cada um daqueles objetos e deitei entre seus lençóis que ainda continham o seu cheiro
Uma corrente interminável de lágrimas escorreram dos meus olhos como nunca outrora havia acontecido.
Um grito furioso de dor ecoou das minhas cordas vocais e eu não conseguia mais seguir em frente sem a presença radiante e pura de Ana.
Percebi o sentido da minha vida e descobri que somente por ela e por causa dela eu seria capaz de reformular todos os valores que regiam a minha vida.
Mas agora era tarde.E toda aquela ilusão de felicidade que eu acreditava ter antes de sua partida,foi-se junto com ela.
E com meus braços ,violentamente, peguei alguns comprimidos que haviam dentro da minha pequena mala e em um ato desesperado de quem se depara pela primeira vez com o auto-desconhecimento;eu engoli todos eles.
Eu não sabia que era ela quem eu buscava nas minhas relações,nos meus sonhos,nos instantes em que tudo parecia tão incerto
Era a Ana
Era a Ana
Era a Ana
A folha
Alguém já perguntou para a folha se ela queria ser folha?
A folha não sabe o que é e nem o que deseja ser.
Ela poderia ser qualquer outra coisa e também folha.Porém,ela não pode refletir sobre a sua existência.
Aquela folha é única no mundo e diferenciada.Mas,para nós,ela é igual a qualquer outra folha.E para ela?
A folha não sabe que é folha e muito menos que é única.
Impulso
O viver de paixão
Viver de paixão é sentir-se viver a cada minuto
É encontrar a beleza nas pessoas
É o encontro com a arte
É o auto-conhecimento
É o despertar da nossa essência
É encontrar-se nas coisas simples
É sentir-se inteiro em alguma coisa
É descobrir-se nessa coisa
É saber o quanto ela é importante e não abrir mão dela
É seguir tentando com afinco
Isso é viver de paixão
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Dia comum
Perceber o incomum naquilo que é comum
Projetar-se para dentro do outro,nova atmosfera
Quão difícil isso parece ser
Sentir como é grande a nossa insignificância no mundo
Num dia comum, que não é comum para nós
Observar a falta de sensibilidade
A ausência de um sentido maior
Ver como as coisas não são como parecem ser ou como você as enxerga
São o inverso,às vezes
São o oposto daquilo que vemos certas horas
Geometria imperfeita
Aí nos surpreendemos com as pessoas
Ficamos desapontados com algumas
Identificamos defeitos em outras
E nos admiramos com aquelas que pareciam nem ligar para nós
Vejo quanta coisa pode ser desvendada em um dia que para todos é tão comum
Mas que para mim é o dia de ficar como um espião
De fora,observando aqueles que vivem o seu pobre dia comum
Maria
Maria é o encontro com a simplicidade
É o descobrimento de que a vida não é tão complicada assim
É acordar todos os dias bem-disposto carregando um contentamento no peito
É saber que o amanhã será melhor
É ter fé na vida como diz a letra do Gil
Maria é andar de havaianas na chuva
É acreditar na bondade das pessoas
É ser honesto
É se alegrar com o que temos de melhor
É comer fruta e um pão com manteiga lambendo os beiços
Maria é a pureza da vida
É a disposição para o trabalho justo
É a contradição da alegria com o sofrimento
Pois quando deveria chorar,está rindo
E quando deveria rir,chora como na música.
Maria é humana
É mãe,mulher,esposa e batalhadora
Maria é a prova viva de que não precisamos de muita sofisticação para entender a vida
Encontro marcado
O meu encontro está marcado com ela
Não sei em que dia e nem lugar ela me espera
Me parece negra a tua face
Mas eu a desconheço,pois quando eu a conheci,ainda não era eu
Ela é parte do nosso destino
E vestindo um véu místico de místério
Ela fica nos observando durante nossas vidas
Quando forte e poderosa impõe seu peso
Assim é a morte
Elegante e seca
Dura e individualista
Natural e acidental
Inevitável
A nossa insignificância
Essa insignificância é toda minha e tua
Enlaça nosso ser no mundo
Assim como me coça a nuca num dia qualquer
Sem motivo ela desperta em mim o sentimento de não ser nada para o mundo
O sentimento do quanto sou frágil nesse breve percurso pelo planeta Terra
Ser uma poeirinha e não fazer nenhuma diferença para a humanidade
Mas não é de poeira que o espaço é feito?
Saber que no seu último suspiro,ninguém estará do teu lado para compreender tuas dores?
E porque saber o quanto elas são insignificantes faz de mim uma pessoa triste certas horas?
Afinal,a dor também deve ser parte de toda essa natureza que me ronda
A dor de nada ser
Sentindo que sou
O ser em chamas
Quando o ser não quer calar
Irá seguir clamando
Pedindo justiça
Desejando paz
Em chamas,o ser grita
Fala alto sim
Desacata
Não tem medo da autoridade que ambiciona a nossa mudez
O ser incandesce
Quer ferver o mundo juntamente com todo o mal que há nele
Dá um tapa na cara
Dá um soco no estômago dessa gente hipócrita
Não veste máscaras
Assim,é o impulso de um idealista,
da revolta,do revertério,
do anjo que possui a força e as vestes do demo
do ser em chamas
domingo, 3 de maio de 2009
Homenagem à uma amiga (poemas de autoria dela)
Amizade
Amizade é um amor leve
e como o ar,
basta não pensar como respirar.
Nada cobrar e boa sorte.
Eu sou anarquista
e sei que cada uma de nós
tem que seguir seu rumo.
Viva e deixe viver.
Moon shadows
No espelhado céu espero teus sutis sinais
E, eis que surge a lua fugaz em ligeiras tocatas blues,
quimérica visão a banhar minha alma de marezia prateada e electra
a escorrer gozos espumantes em fina sintonia
com as ondas de volúpia entrega do mar sedento por tua fonte de luz
a prometer eclipses lunares de ritmo e visual surreais
como o arrebatamento do meu querer exaltado e transfigurado.
Tu és majestosa e soberana miragem
flutuando acima dos fluxos mentais e caóticos dos meus delírios
anistiados pela suavidade alva da tua nudez estática e plácida,
a contrastar com o assalto selvagem e rebelde da tua ânsia
por libertar meus medos e desejos
ao pressentir toda pujança de tuas poéticas visuais
de impecável beleza bizarra a esmurrar minha farsa burguesa
e expondo à admiração fanática e alucinações psicodélicas
minhas insônias recriativas na madrugada dos perdidos poetas.
Tua superfície de aparente calma me consome em dúvidas
e cada noite te procuro
para ter a certeza que a tua luz quinta-essencial
ao deixar-me inconsciente, ainda assim me torna mais real,
porque sendo tua graça impercetível para os físicos de plantão,
só você saberá orientar minha busca por teu refúgio,
e me tirar da solidão dos astros,
antes do apagar das constelações dos meus últimos desejos.
Tua presença me abate e alucina
e ressuscita minha juventude e minha paixão pela vida
que brota invisível em todas as direções e sentidos
a todo momento que sou tocada por teus raios,
emergentes fluidos a refrescar meu corpo molhado e abençoado de orvalhos noturnos.
Encantada pelo que me escapa,
como uma colegial tímida hesito e erro a lição na tua frente
ao reconhecer-te mestra do meu prazer ingênuo e improvável.
E com as melhores das intenções,
economizo minha mesada para te presentear no seu dia,
e declarar em público meu afeto e admiração desajeitos,
por alguém que em tão pouco tempo mudou minha vida
sem perceber meus sentimentos e o meu mundo jamais revelados.
Peço licença à Iemanjá, Rainha do Mar
E em silencioso mergulho místico,
deposito minhas esperanças e sonhos mais secretos
nas profundezas de um mundo que ainda não vi.
E, por obra do destino avisto tuas fantasias e tristezas enterradas no fundo do mar,
como se esperasse e espreitasse a minha vinda,
o despertar de meu novo tempo.
Eu, que passei todo esses anos como uma errante navegante,
sem reconher que navegar é preciso,
viver não é preciso.
De agora em diante, só quero navegar teus mundos,
excitando meu desejo em todas idades e estéticas
que teus caprichosos malabarismos e piruetas
que me deixam tonta de rir.
Por que você nunca se cansa de brincar com minha luneta
enquanto altera minha bússula, morena sereia?
Se quando te conheci,
queimei meus mastros e expulsei a tripulação rebelada,
só para acompanhar tua trilha encantada pela tua canção
e nunca mais voltar à terra firme.
Impossível ser poeta,
quando perco você de vista
e me desespero a correr pro baixo Gávea,
roubo um azarão das mãos de um cavaleiro marginal
e desembesto a cavalgar na tua sombra chinesa,
apostando te agradar em samurai fantasia.
E quanto mais me aproximo,
mais incompleta se faz elaboração de um amor frustado
pela lentidão da costura invisível de retalhos vagos e frágeis emendos
no zigue-zague da agulha imaginária do tempo borrado.
Não sou poeta digna para tua tradução e homenagem.
Mas, mesmo assim, reuno minhas qualidades
e aprimoro minha admiração por ti
ao me elevar ao teu sagrado altar de oferendas e sabores tropicais
queimando incensos orientais de raras e longínquas fragâncias
de um mundo até então,
para mim desconhecido e perigoso dos labirintos dos meus sentidos extasiados
pelos cristais do teu olhar magistral
repleto de universal e oculta filosofia a decifrar as emoções cristalinas
do brilho do meu olhar ao te ver desfilar.
Tua metafísica me apontou novas rotas e aventuras,
no teu portal encontrarei e captarei versos sussurrados pela brisa do teu sopro
em quatro andamentos e revoluções celestiais
a despertar e expandir minha alma e mente para além da vida.
Se aceita-me como tua discípula lunática,
provarei que o sonho e o desejo são eternos.
E que amar, nos faz imortais.
Nuances espectrais escapolem das minhas mãos
e sorrateiramente as afagam,
e acariciam gueixamente minha nuca,
deslizando como cachoeiras de prazer pelo meu dorso arrepiado de felina,
roubando beijos virtuais em virtuosos espasmos cabalísticos.
Velozes e furiosos flashes da tua silhueta imprecisa
desmancham minha roupa em delicadas orquídeas transcendentais,
cujo princípio fundamental alivia meus nervos à flor da pele
e minha boca, alimenta as seivas vitais e picantes do meu sexo.
Minha língua languidamente submerge e saboreia lentamente
todo e qualquer vestígio de teus elementos astrais
espalhados em generosa exuberância e esplendor
batizados em fogo sagrado e celebrado em cada estrela, cada constelação
que derramávamos nossas essências e nossas ilusões.
Tão trágicas e inesquecíveis lembranças subversivas de prazer e dor,
brotam sinuosas e urgentes pulsões da minha pele, pêlo, boca, peito,
exalando teu cheiro impregnado de cio no sufoco das rondas noturnas
e blitz do meu território imaginário adormecido em sombras.
Insustentável ritual sadomasoquista para precária sobrevivência e perpetuação dos meus tristes versos românticos e temporais,
vagando soltos e sem dono no orbital levitacional dos teus encantos e mistérios
a esperar em vão teu chamado místico.
A Vila
Se não respeitei tuas fronteiras,
foi por pura ousadia romântica.
Meu amor foi mais forte que a morte
e você acordou com o mel de meus lábios sedentos.
Se nosso amor foi pertubado
pelo ódio dos infelizes,
prometo ficar do teu lado
e vigiar o teu sono até que durmas nos meus braços
agora e sempre.
Eu sei a tua cor, meu amor
e não me confundo mesmo ao anoitecer,
quando procuras refúgio na solidão da lua.
Eu sei que todas as cores lhe caem bem,
mas no fundo a tua essência é o que me fascina.
Serei eu cega por ser inocente?
Por eu ser cega, me tornei forte
e penetrei nas tuas emoções mais esquecidas
e posso aguardar o teu socorro
mesmo nos perigos mais sombrios.
Amar é esperar de porta aberta o outro
até a entrega corajosa d`almas
mesmo que tudo pareça perdido
enquanto o povo se desespera com as ameaças do desconhecido,
quando o perigo maior é amar demais
e te perder para sempre.
Muito além do jardim
No mundo invisível existem jardins secretos
onde o Sol brilha e se transfigura a cada instante
que alguém especial toca o seu solo sagrado.
O Sol espalha sins devotamente,
e o meu céu se abre para recebê-los.
Minha felicidade é modesta como as fotossínteses
que se realizam na aceitação e retribuição do simples existir.
Para que cada jardim continue a florir
precisa da atenção de mãos delicadas,
e do bem-querer por todo o nascer e viver
para expandir o amor no desabrochar de cada flor.
Não se espantem se um dia,
outros aromas deliciosos de flores me arrebatarem
e se os meus pés se tornarem asas,
porque minha pureza não mais se chocará com o mundo
e eu serei livre como os anjos.
Exodus
Olhos nus,
crianças adulteradas,
vagando perdidas e solitárias
tomadas pela dor da rejeição do mundo.
Olhos de cristal vagos,
perdem-se na imprecisão das injustiças,
das palavras abortadas de covardes,
como nós que jamais tocaremos seus rostos sujos e angelicais.
Desconhecemos a dor profunda e trágica
da almas pequeninas que se agigantam
e enfretam o mundo e seus perigos
como vivem os animais em extinção.
Civilização, opressão, massificação,
Assim caminha a humanidade
que se cala e esmaga
as sementes de um Novo Mundo.
Paixão sobrenatural
Meus olhos não podem mais
Suportar as paisagens mornas e céticas,
Camuflando perigos na esquina calma e silenciosa.
Meu suor de frio fino rasga meu corpo tépido.
Minha língua se contorce e se afoga por entre espumas delirantes.
E quanto mais se aproxima minha boca da tua miragem,
Mais minha alma padece e meu corpo chora.
Pago pelos pecados da vertigem inebriante do prazer proibido.
Os teus olhos ocultam tanto esplendor e graça
Que deixam-me perplexa e absorta em seu mistério.
Será veneno letal o que guardas para os aventureiros?
Será que vencerei tua fortaleza e alcançarei a tua glória?
Onde você estiver, por onde for teu coração,
Saiba que te imortalizei em rimas imperfeitas e surdas.
Um patético querer apostando no improvável,
Desafiando a gravidade e subvertendo o tempo.
Sentimentos desencontrados e descontrolados se abraçam em desespero e soluçam feito condenados.
O amor mata e quando não mata, fere.
A vida sem tua poesia
O que significa a vida sem a tua poesia?
Essa poesia alimenta os meus desejos mais juvenis,
Sem ela , sou mortal e pereço.
Eu finalmente achei minha eterna inspiração,
A luz que atravessou a escuridão,
Venceu a morte
E agora brilha nos corações ardentes da paixão.
Somos fortes e suaves,
Audases para seguir destinos impossíveis
E nos perdermos voluntariamente neste querer
Para além dos muros da cidade em decadência.
Chamo teu nome,
Procuro teu rosto na multidão,
Queria te encontrar num lindo dia de domingo
Para nos juntarmos às famílias em paz.
A distância entre nós não é justa,
Temos muito a dar e a receber,
Só precisamos uma da outra,
Precisamos estarmos a sós no meio da multidão
compartilharmos a cumplicidade dos raios de sol
E ao te ver sorrindo, o mundo ganha nova tradução.
Cada amanhã acordarei com a nostalgia do teu corpo nu e o sabor dos teus beijos languidos
Tua poesia é tão forte e frágil,
E eu me deixo seduzir a todo instante
E sofro secretamente aos poucos e sempre.
Entre letras e olhares
Moça de olhos luminosos,
Porque você não olha pra mim?
Teu encabulamento me excita
E o meu coração se perde entre letras e expressões.
Os livros são o nosso cenário platônico,
Tua filosofia supera minhas expectativas
E enche de suspense minha leitura de ti.
Transbordam imagens poéticas e sons angelicais.
Quanta doce promessa revelam teus olhos.
Quantas noites sigo os teus passos.
Quanta ternura sentí-la em meus braços.
Quanto mais penso, mais rejuvenesço.
Quando você olha pra mim e me sorri,
Domina o meu querer,
Mobiliza a minha mente, olhos e boca.
Você me faz tão bem.,
Mesmo que não saibas das poesias inspiradas,
Por todo raio de sol que acaricia tua face,
Pelos gestos de kabuki e falar de geisha.,
Sou tua admiradora secreta,
Uma turista acidental passageira de ilusões,
Das mais doces que teu olhar secreto me prometeu.
Amor-ficção (perdidos no espaço)
Quando atravessei o portal solar dos teus olhos
Mergulhei no universo fascinante
E superiormente mais belo e profundo
Que eu, pobre mortal ousaria conhecer,
Mas cujo sentido permanece oculto e indecifrável,
Descobri então a solidão estelar do amor.
Desafiando os limites dessa aventura sideral,
Viajo à velocidade-luz em rota de colisão,
Perdida no espaço e no tempo,
Sentindo o frio da tua atmosfera
E tendo o silêncio das estrelas como única companhia.
Busco um sinal qualquer
Que possa me trazer de volta a esperança,
Como a astronauta que espera ansiosa sua volta à Terra.
Dúbia a Lua
Ao elemento feminino-felina
Dúbia a lua,
Dúbio o amor,
Dúbia a brisa que acaricia a flor.
Tudo é duplo,
Tudo é movimento,
Tudo é dor.
A solidão dos astros é o meu refúgio
E o silêncio das estrelas a minha canção.
Amo o inalcançável
E mergulho meu ser na metafísica das emoções celestiais.
Scorpion
Scorpion, my love, my despair,
I’ve got you on my skin,
Dancing with extreme joy,
Despite the nearby burning flames.
How I love to see you dancing,
No matter how much dangerous it could be,
You always challenge the world
And play it with all your might and grace.
You, sweet little devil subtly walks in the middle of the night,
Disturbing my ease dreams
And encouraging my sleepy lust
With your rash and imperturbable target: be yourself all the time.
Your nature is mysterious and silent,
Lying in a quiet nature,
Suddenly changing cool to heat,
As if the poison desires the quick flesh of passion obsessively.
I guess that your brave and shy soul
Wishes a deep love in a sincere devotion,
No matter if you have to kill or to die for it.
How could I ever forget such fascinating and delicate nature?
My desires, my dreams, my thoughts, they all run to your secret and wild world.
That makes me moves eagerly to your lethal sting
Challenge the unknown and hopefully not be hurt,
Because I traveled a long, long way,
Just to love you, like nobody loves you
And to protect you from any painful burning flames for the rest of my life.
We’re young, wild and free
To live our mystical journey beyond the city rules.
All we need is to surrender to the power of love
And love will guide us through the stars above
Where we’ll lay together in ecstasy like two proud and immortal gods.
Um poema-fado inspirado no filme Sob o Céu de Lisboa
Quando a saudade canta,
Ensina o coração a se calar e a chorar sozinho.
A amizade breve se foi de repente
E se esqueceu do adeus,
Deixando para trás o silêncio e a silhueta mal definida.
Ao meu lado ficou o sonhar de um mundo distante,
O ouvir abafado da tua voz
E lembranças de conversas tão despretensiosas como o teu sorriso solto que fez-me poeta por acaso dos teus mistérios.
Mas, eu ainda procuro você em cada olhar, cada sorriso,
E sempre me perco pelas ruas e pelos bares,
Somente me encontrando
quando deixo as palavras flutuarem acima da solidão do meu quarto
E tomarem o rumo que a minha vida não achou.
O amor que a cidade testemunhou,
Não foi mais forte que a explosão violenta das ruas
Que abafou o calor daquele beijo escarlate-néon.
Já não é a mesma cidade que escolhi nascer, amar e morrer.
Faltam o sonho, a inocência e a esperança de simplesmente te reencontrar.
Reminiscências de Lavoura Arcaica
Sentimentos alheios aos meus,
Ignoram a força de meus passos sutis e leves,
Desenhando poesias pelo chão.
Minhas mãos buscam o calor dos ínfimos gestos sentidos.
E os meus olhos iluminam bem-querer doce de tâmara.
Meu pensamento sabe-de-cor que a amizade vale ouro.
Meu coração devotamente espera a promessa de cada amanhecer.
E quem sabe serei profeta da minha própria história.
Pois a solidão da noite é perigosa e traiçoeira,
Insinuando-se vagarosamente a agonia e o desespero
E uma vontade de fugir para bem longe.
Mas segue-se a aurora vermelha como fogo,
Vencendo todo cansaço
E transcedendo a realidade brutal.
Todo sentir é reencontrar a essência da vida.
Toda minha vida hei de combater os céticos e corrompidos,
Desviar-me dos incrédulos e debochados,
Porque desconhecem e profanam teu nome.
Estão perdidos, abandonados e miseráveis em seus territórios emocionais :
Desertos infernais.
Se ao menos soubessem da beleza de tua alma,
Não hurlariam de dor quando desce a noite intempestiva e fria.
A tua luz traduz a beleza idealizada por Deus.
A luz do teu olhar tem mais verdade que todos os tesouros do mundo.
Teu sorriso é puro e forte,
Alimentando meus desejos e crimes.
Fé e fome tumultuam minhas preces.
Minha garganta sufocada paralisa minha língua
E meu corpo se contorce e se abandona à própria sorte.
Pois ter te encontrado foi a glória efêmera e fulgaz das mais belas e inesquecíveis,
Mas te adorar em silêncio importa em tragédia corporal e em sofrimentos rasgados e oprimidos.
Sou o desejo explosivo e latente das noites mal iluminadas e despovoadas.
A voz que sussurra revoluções,
Enquanto homens ordinários dormem sonhos desbotados.
Existe muita verdade e beleza na boêmia das horas tardias.
O turpor e a languidez alongam o enibriamento do meu Carnaval particular.
As sensações prazeirosas são o indíceo de uma agitação,
Um levante contra toda repressão.
Meu corpo não se calará mais.
Irei até o fim, apoteótico ou apocalíptico dos meus desejos.
Num mundo transtornado falar de amor é contra-producente, contra-revolucionário
E ser idealista e poeta, pura ousadia romântica.
Quero abrir alas, apreciar o teu desfile, te jogar confeite, festejar contigo e tudo permitir…
Quero o querer dos loucos, dos obssessivos.
Quero incendiar as ruas e espalhar desordem.
Quero viver os desejos mais delirantes e o amor mais tranquilo que uma noite eternizar.
Aceitar a tragédia alucinante escondida nas armadilhas do coração.
Desafiar as regras e os bons costumes com a irreverência provocativa dos marginalizados.
Não permitir que a pureza de um sentimento de artista se manche com a rudeza da intolerância.
Meus sentimentos são maiores que o mundo
E no meu destino só existe uma verdade.
Sol da meia-noite
A pulsação estonteante do meu bem-querer,
Expande-se na velocidade-luz do teu olhar doce-selvagem transcendental.
Já não há mais caminho de volta,
Sinto tua profecia atravessar os oceanos e vencer aos poucos todo meu cansaço e medo.
Vou acender os incensos orientais e aguardar tua vinda ,
Irei me banhar com pétalas vermelhas de lotus sagradas
E te esperarei no nosso jardim secreto.
Mas, se o destino não se cumprir,
Não vou ficar de luto.
Vou me vestir com teus sonhos
E traduzí-los em poemas espectrais,
Tão herméticos quanto a beleza fugaz de nossos encontros.
Janelas d’alma se tocam e se desdobram ao infinito numa poderosa dança celestial, espiral e mágica de luz e sombra.
Minhas palavras e tuas imagens travam lutas sensuais e se enroscam, rasgando o céu ardente,
Iluminando todos os cantos românticos do Rio de Janeiro.
Você me desafia e me provoca,
Quer saber quem eu sou.
Eu sou as palavras que vibram em pop, funk, rock, hip-hop,
Eu sou jazz, blues, bossa nova,
Eu sou ninguém, eu sou zen, eu sou a tal-qual, eu sou a tal.
Eu sou poeta, sou feliz, porque meu coração é novo.
Imagens surreais alimentam fantasias de um Mundo Novo onde belas e fortes guerreiras lutam pela conquista solar de seu povo,
enquanto ousadas e indomáveis artistas proclamam loucas revoluções lunares.
Que olhemos para a mesma direção.
Que a tua spada se junte à minha
E que a tua língua ao encostar na minha,
Descubra a minha natureza e o que procurei esconder de mim mesma.
O movimento das horas já não são mais iguais, voltei à boêmia poética das madrugadas.
Pois tua luz é cristal puro iluminando minha viagem astral rumo a este território desconhecido que é o amor.
Enquanto não durmo,
Fecho os olhos e faço closes de teu sorriso, de teus olhos, de tuas mãos suaves como a noite americana
E à cada nova montagem de nossas conversas
Meu desejo de mergulhar no teu universo aumenta mais
e me vejo refém da minha obssessiva e delirante montagem.
Enquanto o sono não vêm,
Enquanto você está longe,
Enquanto te espero,
Chove lá fora
Mas aqui dentro um perfume de orvalho quintessencial preenche poeticamente minhas noites com sol.
Quando se brinda à uma amizade
À Flávia
Quando se brinda à uma amizade,
Mesmo distante, a alegria toca a saudade
E canta a beleza das lembranças a iluminar
A cidade de perigos e sonhos.
Há o mistério da tua voz
Por entre as ruelas sujas e escuras a gritar por amor.
Nos bares, eles não reconhecem que é tua, esta voz.
Vai chegar o dia.
O céu de São Paulo desponta a tua esperença
E te faz adormecer menina.
Eu ainda estarei contigo, minha amiga.
Admiraremos o céu juntas e te apontarei a estrela guia mais bela, mais intensa,
Aquela que tanto o teu olhar buscava em silêncio no meio da multidão, na solidão das noites frias.
Amizade é um amor leve
e como o ar,
basta não pensar como respirar.
Nada cobrar e boa sorte.
Eu sou anarquista
e sei que cada uma de nós
tem que seguir seu rumo.
Viva e deixe viver.
Moon shadows
No espelhado céu espero teus sutis sinais
E, eis que surge a lua fugaz em ligeiras tocatas blues,
quimérica visão a banhar minha alma de marezia prateada e electra
a escorrer gozos espumantes em fina sintonia
com as ondas de volúpia entrega do mar sedento por tua fonte de luz
a prometer eclipses lunares de ritmo e visual surreais
como o arrebatamento do meu querer exaltado e transfigurado.
Tu és majestosa e soberana miragem
flutuando acima dos fluxos mentais e caóticos dos meus delírios
anistiados pela suavidade alva da tua nudez estática e plácida,
a contrastar com o assalto selvagem e rebelde da tua ânsia
por libertar meus medos e desejos
ao pressentir toda pujança de tuas poéticas visuais
de impecável beleza bizarra a esmurrar minha farsa burguesa
e expondo à admiração fanática e alucinações psicodélicas
minhas insônias recriativas na madrugada dos perdidos poetas.
Tua superfície de aparente calma me consome em dúvidas
e cada noite te procuro
para ter a certeza que a tua luz quinta-essencial
ao deixar-me inconsciente, ainda assim me torna mais real,
porque sendo tua graça impercetível para os físicos de plantão,
só você saberá orientar minha busca por teu refúgio,
e me tirar da solidão dos astros,
antes do apagar das constelações dos meus últimos desejos.
Tua presença me abate e alucina
e ressuscita minha juventude e minha paixão pela vida
que brota invisível em todas as direções e sentidos
a todo momento que sou tocada por teus raios,
emergentes fluidos a refrescar meu corpo molhado e abençoado de orvalhos noturnos.
Encantada pelo que me escapa,
como uma colegial tímida hesito e erro a lição na tua frente
ao reconhecer-te mestra do meu prazer ingênuo e improvável.
E com as melhores das intenções,
economizo minha mesada para te presentear no seu dia,
e declarar em público meu afeto e admiração desajeitos,
por alguém que em tão pouco tempo mudou minha vida
sem perceber meus sentimentos e o meu mundo jamais revelados.
Peço licença à Iemanjá, Rainha do Mar
E em silencioso mergulho místico,
deposito minhas esperanças e sonhos mais secretos
nas profundezas de um mundo que ainda não vi.
E, por obra do destino avisto tuas fantasias e tristezas enterradas no fundo do mar,
como se esperasse e espreitasse a minha vinda,
o despertar de meu novo tempo.
Eu, que passei todo esses anos como uma errante navegante,
sem reconher que navegar é preciso,
viver não é preciso.
De agora em diante, só quero navegar teus mundos,
excitando meu desejo em todas idades e estéticas
que teus caprichosos malabarismos e piruetas
que me deixam tonta de rir.
Por que você nunca se cansa de brincar com minha luneta
enquanto altera minha bússula, morena sereia?
Se quando te conheci,
queimei meus mastros e expulsei a tripulação rebelada,
só para acompanhar tua trilha encantada pela tua canção
e nunca mais voltar à terra firme.
Impossível ser poeta,
quando perco você de vista
e me desespero a correr pro baixo Gávea,
roubo um azarão das mãos de um cavaleiro marginal
e desembesto a cavalgar na tua sombra chinesa,
apostando te agradar em samurai fantasia.
E quanto mais me aproximo,
mais incompleta se faz elaboração de um amor frustado
pela lentidão da costura invisível de retalhos vagos e frágeis emendos
no zigue-zague da agulha imaginária do tempo borrado.
Não sou poeta digna para tua tradução e homenagem.
Mas, mesmo assim, reuno minhas qualidades
e aprimoro minha admiração por ti
ao me elevar ao teu sagrado altar de oferendas e sabores tropicais
queimando incensos orientais de raras e longínquas fragâncias
de um mundo até então,
para mim desconhecido e perigoso dos labirintos dos meus sentidos extasiados
pelos cristais do teu olhar magistral
repleto de universal e oculta filosofia a decifrar as emoções cristalinas
do brilho do meu olhar ao te ver desfilar.
Tua metafísica me apontou novas rotas e aventuras,
no teu portal encontrarei e captarei versos sussurrados pela brisa do teu sopro
em quatro andamentos e revoluções celestiais
a despertar e expandir minha alma e mente para além da vida.
Se aceita-me como tua discípula lunática,
provarei que o sonho e o desejo são eternos.
E que amar, nos faz imortais.
Nuances espectrais escapolem das minhas mãos
e sorrateiramente as afagam,
e acariciam gueixamente minha nuca,
deslizando como cachoeiras de prazer pelo meu dorso arrepiado de felina,
roubando beijos virtuais em virtuosos espasmos cabalísticos.
Velozes e furiosos flashes da tua silhueta imprecisa
desmancham minha roupa em delicadas orquídeas transcendentais,
cujo princípio fundamental alivia meus nervos à flor da pele
e minha boca, alimenta as seivas vitais e picantes do meu sexo.
Minha língua languidamente submerge e saboreia lentamente
todo e qualquer vestígio de teus elementos astrais
espalhados em generosa exuberância e esplendor
batizados em fogo sagrado e celebrado em cada estrela, cada constelação
que derramávamos nossas essências e nossas ilusões.
Tão trágicas e inesquecíveis lembranças subversivas de prazer e dor,
brotam sinuosas e urgentes pulsões da minha pele, pêlo, boca, peito,
exalando teu cheiro impregnado de cio no sufoco das rondas noturnas
e blitz do meu território imaginário adormecido em sombras.
Insustentável ritual sadomasoquista para precária sobrevivência e perpetuação dos meus tristes versos românticos e temporais,
vagando soltos e sem dono no orbital levitacional dos teus encantos e mistérios
a esperar em vão teu chamado místico.
A Vila
Se não respeitei tuas fronteiras,
foi por pura ousadia romântica.
Meu amor foi mais forte que a morte
e você acordou com o mel de meus lábios sedentos.
Se nosso amor foi pertubado
pelo ódio dos infelizes,
prometo ficar do teu lado
e vigiar o teu sono até que durmas nos meus braços
agora e sempre.
Eu sei a tua cor, meu amor
e não me confundo mesmo ao anoitecer,
quando procuras refúgio na solidão da lua.
Eu sei que todas as cores lhe caem bem,
mas no fundo a tua essência é o que me fascina.
Serei eu cega por ser inocente?
Por eu ser cega, me tornei forte
e penetrei nas tuas emoções mais esquecidas
e posso aguardar o teu socorro
mesmo nos perigos mais sombrios.
Amar é esperar de porta aberta o outro
até a entrega corajosa d`almas
mesmo que tudo pareça perdido
enquanto o povo se desespera com as ameaças do desconhecido,
quando o perigo maior é amar demais
e te perder para sempre.
Muito além do jardim
No mundo invisível existem jardins secretos
onde o Sol brilha e se transfigura a cada instante
que alguém especial toca o seu solo sagrado.
O Sol espalha sins devotamente,
e o meu céu se abre para recebê-los.
Minha felicidade é modesta como as fotossínteses
que se realizam na aceitação e retribuição do simples existir.
Para que cada jardim continue a florir
precisa da atenção de mãos delicadas,
e do bem-querer por todo o nascer e viver
para expandir o amor no desabrochar de cada flor.
Não se espantem se um dia,
outros aromas deliciosos de flores me arrebatarem
e se os meus pés se tornarem asas,
porque minha pureza não mais se chocará com o mundo
e eu serei livre como os anjos.
Exodus
Olhos nus,
crianças adulteradas,
vagando perdidas e solitárias
tomadas pela dor da rejeição do mundo.
Olhos de cristal vagos,
perdem-se na imprecisão das injustiças,
das palavras abortadas de covardes,
como nós que jamais tocaremos seus rostos sujos e angelicais.
Desconhecemos a dor profunda e trágica
da almas pequeninas que se agigantam
e enfretam o mundo e seus perigos
como vivem os animais em extinção.
Civilização, opressão, massificação,
Assim caminha a humanidade
que se cala e esmaga
as sementes de um Novo Mundo.
Paixão sobrenatural
Meus olhos não podem mais
Suportar as paisagens mornas e céticas,
Camuflando perigos na esquina calma e silenciosa.
Meu suor de frio fino rasga meu corpo tépido.
Minha língua se contorce e se afoga por entre espumas delirantes.
E quanto mais se aproxima minha boca da tua miragem,
Mais minha alma padece e meu corpo chora.
Pago pelos pecados da vertigem inebriante do prazer proibido.
Os teus olhos ocultam tanto esplendor e graça
Que deixam-me perplexa e absorta em seu mistério.
Será veneno letal o que guardas para os aventureiros?
Será que vencerei tua fortaleza e alcançarei a tua glória?
Onde você estiver, por onde for teu coração,
Saiba que te imortalizei em rimas imperfeitas e surdas.
Um patético querer apostando no improvável,
Desafiando a gravidade e subvertendo o tempo.
Sentimentos desencontrados e descontrolados se abraçam em desespero e soluçam feito condenados.
O amor mata e quando não mata, fere.
A vida sem tua poesia
O que significa a vida sem a tua poesia?
Essa poesia alimenta os meus desejos mais juvenis,
Sem ela , sou mortal e pereço.
Eu finalmente achei minha eterna inspiração,
A luz que atravessou a escuridão,
Venceu a morte
E agora brilha nos corações ardentes da paixão.
Somos fortes e suaves,
Audases para seguir destinos impossíveis
E nos perdermos voluntariamente neste querer
Para além dos muros da cidade em decadência.
Chamo teu nome,
Procuro teu rosto na multidão,
Queria te encontrar num lindo dia de domingo
Para nos juntarmos às famílias em paz.
A distância entre nós não é justa,
Temos muito a dar e a receber,
Só precisamos uma da outra,
Precisamos estarmos a sós no meio da multidão
compartilharmos a cumplicidade dos raios de sol
E ao te ver sorrindo, o mundo ganha nova tradução.
Cada amanhã acordarei com a nostalgia do teu corpo nu e o sabor dos teus beijos languidos
Tua poesia é tão forte e frágil,
E eu me deixo seduzir a todo instante
E sofro secretamente aos poucos e sempre.
Entre letras e olhares
Moça de olhos luminosos,
Porque você não olha pra mim?
Teu encabulamento me excita
E o meu coração se perde entre letras e expressões.
Os livros são o nosso cenário platônico,
Tua filosofia supera minhas expectativas
E enche de suspense minha leitura de ti.
Transbordam imagens poéticas e sons angelicais.
Quanta doce promessa revelam teus olhos.
Quantas noites sigo os teus passos.
Quanta ternura sentí-la em meus braços.
Quanto mais penso, mais rejuvenesço.
Quando você olha pra mim e me sorri,
Domina o meu querer,
Mobiliza a minha mente, olhos e boca.
Você me faz tão bem.,
Mesmo que não saibas das poesias inspiradas,
Por todo raio de sol que acaricia tua face,
Pelos gestos de kabuki e falar de geisha.,
Sou tua admiradora secreta,
Uma turista acidental passageira de ilusões,
Das mais doces que teu olhar secreto me prometeu.
Amor-ficção (perdidos no espaço)
Quando atravessei o portal solar dos teus olhos
Mergulhei no universo fascinante
E superiormente mais belo e profundo
Que eu, pobre mortal ousaria conhecer,
Mas cujo sentido permanece oculto e indecifrável,
Descobri então a solidão estelar do amor.
Desafiando os limites dessa aventura sideral,
Viajo à velocidade-luz em rota de colisão,
Perdida no espaço e no tempo,
Sentindo o frio da tua atmosfera
E tendo o silêncio das estrelas como única companhia.
Busco um sinal qualquer
Que possa me trazer de volta a esperança,
Como a astronauta que espera ansiosa sua volta à Terra.
Dúbia a Lua
Ao elemento feminino-felina
Dúbia a lua,
Dúbio o amor,
Dúbia a brisa que acaricia a flor.
Tudo é duplo,
Tudo é movimento,
Tudo é dor.
A solidão dos astros é o meu refúgio
E o silêncio das estrelas a minha canção.
Amo o inalcançável
E mergulho meu ser na metafísica das emoções celestiais.
Scorpion
Scorpion, my love, my despair,
I’ve got you on my skin,
Dancing with extreme joy,
Despite the nearby burning flames.
How I love to see you dancing,
No matter how much dangerous it could be,
You always challenge the world
And play it with all your might and grace.
You, sweet little devil subtly walks in the middle of the night,
Disturbing my ease dreams
And encouraging my sleepy lust
With your rash and imperturbable target: be yourself all the time.
Your nature is mysterious and silent,
Lying in a quiet nature,
Suddenly changing cool to heat,
As if the poison desires the quick flesh of passion obsessively.
I guess that your brave and shy soul
Wishes a deep love in a sincere devotion,
No matter if you have to kill or to die for it.
How could I ever forget such fascinating and delicate nature?
My desires, my dreams, my thoughts, they all run to your secret and wild world.
That makes me moves eagerly to your lethal sting
Challenge the unknown and hopefully not be hurt,
Because I traveled a long, long way,
Just to love you, like nobody loves you
And to protect you from any painful burning flames for the rest of my life.
We’re young, wild and free
To live our mystical journey beyond the city rules.
All we need is to surrender to the power of love
And love will guide us through the stars above
Where we’ll lay together in ecstasy like two proud and immortal gods.
Um poema-fado inspirado no filme Sob o Céu de Lisboa
Quando a saudade canta,
Ensina o coração a se calar e a chorar sozinho.
A amizade breve se foi de repente
E se esqueceu do adeus,
Deixando para trás o silêncio e a silhueta mal definida.
Ao meu lado ficou o sonhar de um mundo distante,
O ouvir abafado da tua voz
E lembranças de conversas tão despretensiosas como o teu sorriso solto que fez-me poeta por acaso dos teus mistérios.
Mas, eu ainda procuro você em cada olhar, cada sorriso,
E sempre me perco pelas ruas e pelos bares,
Somente me encontrando
quando deixo as palavras flutuarem acima da solidão do meu quarto
E tomarem o rumo que a minha vida não achou.
O amor que a cidade testemunhou,
Não foi mais forte que a explosão violenta das ruas
Que abafou o calor daquele beijo escarlate-néon.
Já não é a mesma cidade que escolhi nascer, amar e morrer.
Faltam o sonho, a inocência e a esperança de simplesmente te reencontrar.
Reminiscências de Lavoura Arcaica
Sentimentos alheios aos meus,
Ignoram a força de meus passos sutis e leves,
Desenhando poesias pelo chão.
Minhas mãos buscam o calor dos ínfimos gestos sentidos.
E os meus olhos iluminam bem-querer doce de tâmara.
Meu pensamento sabe-de-cor que a amizade vale ouro.
Meu coração devotamente espera a promessa de cada amanhecer.
E quem sabe serei profeta da minha própria história.
Pois a solidão da noite é perigosa e traiçoeira,
Insinuando-se vagarosamente a agonia e o desespero
E uma vontade de fugir para bem longe.
Mas segue-se a aurora vermelha como fogo,
Vencendo todo cansaço
E transcedendo a realidade brutal.
Todo sentir é reencontrar a essência da vida.
Toda minha vida hei de combater os céticos e corrompidos,
Desviar-me dos incrédulos e debochados,
Porque desconhecem e profanam teu nome.
Estão perdidos, abandonados e miseráveis em seus territórios emocionais :
Desertos infernais.
Se ao menos soubessem da beleza de tua alma,
Não hurlariam de dor quando desce a noite intempestiva e fria.
A tua luz traduz a beleza idealizada por Deus.
A luz do teu olhar tem mais verdade que todos os tesouros do mundo.
Teu sorriso é puro e forte,
Alimentando meus desejos e crimes.
Fé e fome tumultuam minhas preces.
Minha garganta sufocada paralisa minha língua
E meu corpo se contorce e se abandona à própria sorte.
Pois ter te encontrado foi a glória efêmera e fulgaz das mais belas e inesquecíveis,
Mas te adorar em silêncio importa em tragédia corporal e em sofrimentos rasgados e oprimidos.
Sou o desejo explosivo e latente das noites mal iluminadas e despovoadas.
A voz que sussurra revoluções,
Enquanto homens ordinários dormem sonhos desbotados.
Existe muita verdade e beleza na boêmia das horas tardias.
O turpor e a languidez alongam o enibriamento do meu Carnaval particular.
As sensações prazeirosas são o indíceo de uma agitação,
Um levante contra toda repressão.
Meu corpo não se calará mais.
Irei até o fim, apoteótico ou apocalíptico dos meus desejos.
Num mundo transtornado falar de amor é contra-producente, contra-revolucionário
E ser idealista e poeta, pura ousadia romântica.
Quero abrir alas, apreciar o teu desfile, te jogar confeite, festejar contigo e tudo permitir…
Quero o querer dos loucos, dos obssessivos.
Quero incendiar as ruas e espalhar desordem.
Quero viver os desejos mais delirantes e o amor mais tranquilo que uma noite eternizar.
Aceitar a tragédia alucinante escondida nas armadilhas do coração.
Desafiar as regras e os bons costumes com a irreverência provocativa dos marginalizados.
Não permitir que a pureza de um sentimento de artista se manche com a rudeza da intolerância.
Meus sentimentos são maiores que o mundo
E no meu destino só existe uma verdade.
Sol da meia-noite
A pulsação estonteante do meu bem-querer,
Expande-se na velocidade-luz do teu olhar doce-selvagem transcendental.
Já não há mais caminho de volta,
Sinto tua profecia atravessar os oceanos e vencer aos poucos todo meu cansaço e medo.
Vou acender os incensos orientais e aguardar tua vinda ,
Irei me banhar com pétalas vermelhas de lotus sagradas
E te esperarei no nosso jardim secreto.
Mas, se o destino não se cumprir,
Não vou ficar de luto.
Vou me vestir com teus sonhos
E traduzí-los em poemas espectrais,
Tão herméticos quanto a beleza fugaz de nossos encontros.
Janelas d’alma se tocam e se desdobram ao infinito numa poderosa dança celestial, espiral e mágica de luz e sombra.
Minhas palavras e tuas imagens travam lutas sensuais e se enroscam, rasgando o céu ardente,
Iluminando todos os cantos românticos do Rio de Janeiro.
Você me desafia e me provoca,
Quer saber quem eu sou.
Eu sou as palavras que vibram em pop, funk, rock, hip-hop,
Eu sou jazz, blues, bossa nova,
Eu sou ninguém, eu sou zen, eu sou a tal-qual, eu sou a tal.
Eu sou poeta, sou feliz, porque meu coração é novo.
Imagens surreais alimentam fantasias de um Mundo Novo onde belas e fortes guerreiras lutam pela conquista solar de seu povo,
enquanto ousadas e indomáveis artistas proclamam loucas revoluções lunares.
Que olhemos para a mesma direção.
Que a tua spada se junte à minha
E que a tua língua ao encostar na minha,
Descubra a minha natureza e o que procurei esconder de mim mesma.
O movimento das horas já não são mais iguais, voltei à boêmia poética das madrugadas.
Pois tua luz é cristal puro iluminando minha viagem astral rumo a este território desconhecido que é o amor.
Enquanto não durmo,
Fecho os olhos e faço closes de teu sorriso, de teus olhos, de tuas mãos suaves como a noite americana
E à cada nova montagem de nossas conversas
Meu desejo de mergulhar no teu universo aumenta mais
e me vejo refém da minha obssessiva e delirante montagem.
Enquanto o sono não vêm,
Enquanto você está longe,
Enquanto te espero,
Chove lá fora
Mas aqui dentro um perfume de orvalho quintessencial preenche poeticamente minhas noites com sol.
Quando se brinda à uma amizade
À Flávia
Quando se brinda à uma amizade,
Mesmo distante, a alegria toca a saudade
E canta a beleza das lembranças a iluminar
A cidade de perigos e sonhos.
Há o mistério da tua voz
Por entre as ruelas sujas e escuras a gritar por amor.
Nos bares, eles não reconhecem que é tua, esta voz.
Vai chegar o dia.
O céu de São Paulo desponta a tua esperença
E te faz adormecer menina.
Eu ainda estarei contigo, minha amiga.
Admiraremos o céu juntas e te apontarei a estrela guia mais bela, mais intensa,
Aquela que tanto o teu olhar buscava em silêncio no meio da multidão, na solidão das noites frias.
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