terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O homem cheio de si


O homem da casa azul vivia sozinho
Se aprofundando em pensamentos sobre a sua própria existência
Observando as pessoas que,para ele, pareciam levar uma vida muito superficial

A mente do senhor exigia que ele buscasse sempre mais
Ir além da aparência
Não aceitar o supérfluo

O homem foi ficando um pouco fútil
Cansado de si
E a fim de fugir do seu conflito
Ele bebia e ficava a dizer bobagens

Assim,a vida passava mais rapidamente
E ele não precisava pensar tanto para não concluir nada
Dar voltas e voltas e parar no mesmo lugar
Com aquela sensação estranha de mesmismo
Enjoado da sua própria personalidade
Cheio de si

Expandindo fronteiras,o senhor foi aprendendo a ser mais leve
No contato com o outro, tornou-se mais flexível e equilibrado
E,até,os vizinhos,que o consideravam rabugento,agora,o percebiam como um homem em paz
Esvaziou-se um pouco
Substituindo as pedras pesadas e duras por algumas mais leves

2 comentários:

César Thierry Freitas Nunes de Sousa disse...

Parabéns, "estrangeira"! Primeira vez que visito teu blog e de início vejo que comungamos de uma mesma idéia: para viver - e viver bem, é necessário conhecer a si mesmo, e não negar o a pessoa do outro como componente fundamental da nossa existência.

Existência que se baseia só em si mesmo, não tem nenhuma essência.

Flávia Negrini disse...

Obrigadíssima meu caro.bjs no coração