Quando pensei em criar um Blog queria inventar um espaço livre para discutir temas e se expressar por meio de poemas e textos. Por isso,tudo o que possa contribuir para esse Universo Incandescente será bem vindo por aqui.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Anjos e Deuses
Toda a vez que estiver fraca
Irei te fortalecer
E quando estiver triste
Irei te acolher com um toque dôce
Você não irá mais chorar
Porque os anjos estarão conosco para nos proteger
Toda a vez que estiver doente
Irei cuidar de você
E te trazer de volta a vida
E é assim que os deuses estarão ao nosso lado
Quando lágrimas escorrerem dos teus olhos
Estarei ao teu lado para secá-las
E te fazer sorrir
E te fazer feliz,querida
Por isso não desista te acreditar
Porque você é única para mim
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
O mundo adulto
Quando éramos crianças não sabíamos que seria assim o nosso mundo futuro
Tão cheio de imperfeições,maldades e cobranças
E tão pouco revestido daquela pureza infantil que tomava conta da gente e nos protegia quando deitávamos nossas cabecinhas no travesseiro antes de dormir
Mas não me lembro mais muito não
Só imagino o quanto devia ser bom e eu mal me dava conta
Acordava
Ia para o colégio
Brincava
Não via muita dificuldade nas coisas
Tudo parecia tão simples
E as pessoas tão sinceras
Mas um dia a gente cresce
E o castelinho de magia se desfaz
Por isso não se deve mentir para uma criança
Ou devemos?
Porque cedo ou tarde ela estará de frente com a verdade
E ela percebe quando mentimos ou tentamos esconder dela alguma coisa
Mas mesmo quando ela vê a verdade
Até o modo como lida com isso é mais dôce e leve
Não são densas,frias e nem lutam como leões sem ética para derrubar o adverssário
Algodão dôce
Pipoca, brigadeiro de colher
Parque de diversões
Escrever cartinhas de amor
Brincar de boneca e panelinha
Clube do Bolinha e da Luluzinha/>Não sabíamos que era tão bonita e segura aquela vida
O imprevisível
Um momento aqui
Outro lá
E a vida segue seu curso
Hoje está de um jeito
Amanhã de outro
E é assim
Não prevemos nada
Por mais que queiramos encaixar tudo dentro de uma forma
Parece que quanto mais tentamos controlar,mais ela escapa das nossas mãos como num fluido permanente e incerto
Assim é o nosso tempo
Curto e feliz
Triste e curto
Longo e triste
Feliz e longo
Feliz em alguns momentos e tristes em outros
Complexo
Imprevisível
domingo, 15 de novembro de 2009
Acolhimento
Como é difícil lidar com os sentimentos que nos perturbam
Como eu quero poder contar com você
Para me estender as mãos quando delas eu precisar
Para sussurrar conselhos no meu ouvido quando o meu norte me desorientar
Poder contar com o teu abraço acolhedor
Algo que me faça acreditar na tua existência
Na crença em algo maior do que toda essa mesquinhez que me cerca
E que você possa me compreender
Me notar
Enxergar aquilo que muita gente não percebe
Me guiar quando eu me perder no meu caminho
Com a tua luz e amplitude
Com a tua sabedoria e com o teu amor
Me aquecer
Me reerguer
Me fazer sorrir
Me alegrar com a vida
Que você viva sempre em mim
Não importa o tempo que passe
Mas que na hora final
Que na minha dor e na minha angústia
Você esteja presente
Você não me deixe só
Você me ampare e leve até um lugar melhor
Me conduza até o seu entendimento
E que um dia as pessoas possam também te entender
Compreender a nossa única salvação
Fazer do mundo um lugar mais justo
Onde o altruísmo seja a força maior
E a tua lógica o maior bem de todos
Distanciamento
Quando você menos desconfiava
Eu te admirava em silêncio
E quando achavas que eu te desprezava
Eu queria poder voltar no tempo
Eu queria ter alguns anos a menos
Eu queria estar perto
Gostei de te conhecer
De poder voltar a me sentir uma adolescente
Uma garota que descobre a primeira paixão
Gostei do teu jeito meigo de me paquerar
Da tua voz amiga a me consolar
Do teu jeito de menino e homem ao mesmo tempo
Como explicar?
Vou sentir tua falta
Não importam os teus defeitos e nem a tua imaturidade
As pessoas são o que são
E eu as amo mesmo assim
Elas se esquecem de mim
E eu as amo mesmo assim
Eu sou isso tudo e muito mais
E você nunca vai saber
Porque não sabia que eu sentia tanta coisa juntamente
E porque a distância irá nos afastar
Queria poder dizer tanta coisa
Te ensinar tudo o que você ainda não descobriu sobre a vida
Te abraçar no meu colo e te poupar de todas as frustrações que ainda virão
Quando você descobrir o mundo como ele é
Quando você perceber o que deixou para trás
Você irá me procurar e talvez nem saiba o que busca ao certo
Eu estarei lá
A iluminar teus sonhos
A te acarinhar como uma mãe
E é só assim que eu sei gostar de você
Com a dureza e a doçura que compõem um puro sentimento
domingo, 11 de outubro de 2009
Perfil novo
Quando descobrimos aquilo que é essencial em nossas vidas;o que nos faz vibrar e acreditar em algo bem maior,o que nos transmite significados inexplicáveis a luz da razão;a nossa base de sustentação,aquilo que para nós se sobrepõe a todas aquelas preocupações e turbulências que,por vezes,parecem ser tão importantes;então todas essas "pequenas coisas" pelas quais passamos se tornam apenas incentivos para sermos mais fortes e auto-confiantes.
Descobrimos que os momentos difíceis e árduos nos presentearam com a lucidez e consciência que adquirimos após superá-los.Percebemos que podemos voar muito além do que imaginávamos e que podemos ser muito mais do que o que determinam ou permitem que sejamos.
Podemos ser para sempre crianças,adolescentes,puros,loucos,...E tudo isso porque a vida passa rápida e brevemente,e no final,a única coisa que importa é aquilo que era o tão importante e mal nos dávamos conta:ser o que desejarmos ser,fazer o que desejarmos fazer e não o que os outros determinam ser "conveniente"ou"adequado" para nós.
Na prática,existem limitações,mas o que vale é lutar sempre para não perder de vista o nosso centro e para não esquecermos do principal.
Por isso,não me afetam mais as pesssoas que não gostarem de mim desse jeito sincero e corajoso,porque eu já descobri o que realmente tem valor para mim e isso me liberta das coisas fúteis.
O essencial vem de dentro para fora e não de fora para dentro.E isso é só um pouquinho de mim."Quem sabe eu ainda sou uma garotinha?"
Descobrimos que os momentos difíceis e árduos nos presentearam com a lucidez e consciência que adquirimos após superá-los.Percebemos que podemos voar muito além do que imaginávamos e que podemos ser muito mais do que o que determinam ou permitem que sejamos.
Podemos ser para sempre crianças,adolescentes,puros,loucos,...E tudo isso porque a vida passa rápida e brevemente,e no final,a única coisa que importa é aquilo que era o tão importante e mal nos dávamos conta:ser o que desejarmos ser,fazer o que desejarmos fazer e não o que os outros determinam ser "conveniente"ou"adequado" para nós.
Na prática,existem limitações,mas o que vale é lutar sempre para não perder de vista o nosso centro e para não esquecermos do principal.
Por isso,não me afetam mais as pesssoas que não gostarem de mim desse jeito sincero e corajoso,porque eu já descobri o que realmente tem valor para mim e isso me liberta das coisas fúteis.
O essencial vem de dentro para fora e não de fora para dentro.E isso é só um pouquinho de mim."Quem sabe eu ainda sou uma garotinha?"
sábado, 29 de agosto de 2009
Will you be there?
Will you be there?
In our darkest hour
In my deepest despair
Will you still care?
Will you be there?
In my trials
And my tripulations
Through our doubts
And frustrations
In my violence
In my turbulence
Through my fear
And my confessions
In my anghish and my pain
Through my joy and my sorrow
In the promise of another tomorrow
I'll never let you part
For you're always in my heart
(Michael forever)
sexta-feira, 19 de junho de 2009
O Mergulho
Eu não sabia que aquele mergulho seria tão árduo e ao mesmo tempo tão gratificante.
Atirar-se naquela água gelada,em um primeiro momento,foi difícil.Mas,posteriormente,quando senti todo o frescor se espalhar pelo meu corpo;quando eu estava lá no fundo,rapidamente,lembrei do reflexo do meu rosto na água e de tudo o que já havia acontecido comigo.
O mergulho fora vital.Não imaginava que se tivesse me atirado antes e outras vezes,teria evitado tantas perdas.
Mas não importa.Aquele instante fora único.Ver a minha imagem na água,o encontro com o meu eu,me descobrir,ampliar fronteiras e não temer o mundo.
Eu não podia previr que seria uma experiência tão inovadora e nem que eu sentiria o sabor da liberdade ao afundar o corpo inteiro em um rio de água natural e fria.
Eu mal acreditei que, encostando as mãos naquele solo,romperia tantas barreiras e couraças.
Ah!Foi uma renovação!Então,não tive mais medo.Aprendi a ser corajosa e a enfrentar a vida.
domingo, 17 de maio de 2009
Deixa o peixe em paz!
autoria: parceria A Estrangeira e Pedro Botafogo
Comendo Koni numa noite quente
Ao lado de pessoas débeis mentais
Digo até um pouco engraçadas
Ou será que o chopp fez efeito?
Não sei se fez;se fez bem ou mal
Só sei que,finalmente,te conheci
O sabor do mel no peixe me intrigou
O doce e o frio se encontrando
O calor e o salgado se colando
Frio doce?Calor salgado?
O choque e a fusão entre os opostos
Papo de bêbados
Ou será que o chopp fez efeito?
Não sei se fez;se fez bem ou mal
Só sei que,finalmente,te conheci
Shoyo com pimenta insistentes
Deixa o peixe em paz!
Esquenta não ou pensa que é muito bom
Descobrir um sabor novo:o Koni
Foi bom te conhecer
Finalmente
Foi bom demais!
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Era a Ana
Após a morte de Ana tudo o que era claro ficou escuro
Sombras...
Vejo as sombras de suas vestes no chão enquanto a moça dança e marca a sua luz no mundo:a sua beleza interior
Eu não sabia que Ana estava tão presente em mim,em cada passo despercebido dessa minha vida cega.
Nunca imaginei que a tua ausência brusca me deixaria tão revolto e me traria tantas incertezas para o restante dos meus dias;pois era ela,era ela,era ela a mulher da minha vida.
Era Ana aquela que sempre habitou todos os meus sonhos reprimidos,sufocados,camuflados.
Que peso caiu sobre os meus ombros naquela noite triste!
Ao perceber que Ana sofria em tantos momentos e que eu estava distante.
Me afastei dos princípios mais nobres porque a temia.Ela me faria tremer como um menino frágil que depende da proteção de uma mãe.
Após ver seu rosto pálido pela última vez,fui até sua casa.
Lá encontrei seus rastros de solidão:música,livros,escritos,roupas,pertences e pequenos objetos.
E como cada uma daquelas coisas tinha valor!
Era a marca de quem passou pela vida como uma pluma:leve;
como uma caixa vazia:que ninguém valoriza;
como um vulcão extinto:no qual ninguém acredita haver força.
Toquei cada um daqueles objetos e deitei entre seus lençóis que ainda continham o seu cheiro
Uma corrente interminável de lágrimas escorreram dos meus olhos como nunca outrora havia acontecido.
Um grito furioso de dor ecoou das minhas cordas vocais e eu não conseguia mais seguir em frente sem a presença radiante e pura de Ana.
Percebi o sentido da minha vida e descobri que somente por ela e por causa dela eu seria capaz de reformular todos os valores que regiam a minha vida.
Mas agora era tarde.E toda aquela ilusão de felicidade que eu acreditava ter antes de sua partida,foi-se junto com ela.
E com meus braços ,violentamente, peguei alguns comprimidos que haviam dentro da minha pequena mala e em um ato desesperado de quem se depara pela primeira vez com o auto-desconhecimento;eu engoli todos eles.
Eu não sabia que era ela quem eu buscava nas minhas relações,nos meus sonhos,nos instantes em que tudo parecia tão incerto
Era a Ana
Era a Ana
Era a Ana
A folha
Alguém já perguntou para a folha se ela queria ser folha?
A folha não sabe o que é e nem o que deseja ser.
Ela poderia ser qualquer outra coisa e também folha.Porém,ela não pode refletir sobre a sua existência.
Aquela folha é única no mundo e diferenciada.Mas,para nós,ela é igual a qualquer outra folha.E para ela?
A folha não sabe que é folha e muito menos que é única.
Impulso
O viver de paixão
Viver de paixão é sentir-se viver a cada minuto
É encontrar a beleza nas pessoas
É o encontro com a arte
É o auto-conhecimento
É o despertar da nossa essência
É encontrar-se nas coisas simples
É sentir-se inteiro em alguma coisa
É descobrir-se nessa coisa
É saber o quanto ela é importante e não abrir mão dela
É seguir tentando com afinco
Isso é viver de paixão
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Dia comum
Perceber o incomum naquilo que é comum
Projetar-se para dentro do outro,nova atmosfera
Quão difícil isso parece ser
Sentir como é grande a nossa insignificância no mundo
Num dia comum, que não é comum para nós
Observar a falta de sensibilidade
A ausência de um sentido maior
Ver como as coisas não são como parecem ser ou como você as enxerga
São o inverso,às vezes
São o oposto daquilo que vemos certas horas
Geometria imperfeita
Aí nos surpreendemos com as pessoas
Ficamos desapontados com algumas
Identificamos defeitos em outras
E nos admiramos com aquelas que pareciam nem ligar para nós
Vejo quanta coisa pode ser desvendada em um dia que para todos é tão comum
Mas que para mim é o dia de ficar como um espião
De fora,observando aqueles que vivem o seu pobre dia comum
Maria
Maria é o encontro com a simplicidade
É o descobrimento de que a vida não é tão complicada assim
É acordar todos os dias bem-disposto carregando um contentamento no peito
É saber que o amanhã será melhor
É ter fé na vida como diz a letra do Gil
Maria é andar de havaianas na chuva
É acreditar na bondade das pessoas
É ser honesto
É se alegrar com o que temos de melhor
É comer fruta e um pão com manteiga lambendo os beiços
Maria é a pureza da vida
É a disposição para o trabalho justo
É a contradição da alegria com o sofrimento
Pois quando deveria chorar,está rindo
E quando deveria rir,chora como na música.
Maria é humana
É mãe,mulher,esposa e batalhadora
Maria é a prova viva de que não precisamos de muita sofisticação para entender a vida
Encontro marcado
O meu encontro está marcado com ela
Não sei em que dia e nem lugar ela me espera
Me parece negra a tua face
Mas eu a desconheço,pois quando eu a conheci,ainda não era eu
Ela é parte do nosso destino
E vestindo um véu místico de místério
Ela fica nos observando durante nossas vidas
Quando forte e poderosa impõe seu peso
Assim é a morte
Elegante e seca
Dura e individualista
Natural e acidental
Inevitável
A nossa insignificância
Essa insignificância é toda minha e tua
Enlaça nosso ser no mundo
Assim como me coça a nuca num dia qualquer
Sem motivo ela desperta em mim o sentimento de não ser nada para o mundo
O sentimento do quanto sou frágil nesse breve percurso pelo planeta Terra
Ser uma poeirinha e não fazer nenhuma diferença para a humanidade
Mas não é de poeira que o espaço é feito?
Saber que no seu último suspiro,ninguém estará do teu lado para compreender tuas dores?
E porque saber o quanto elas são insignificantes faz de mim uma pessoa triste certas horas?
Afinal,a dor também deve ser parte de toda essa natureza que me ronda
A dor de nada ser
Sentindo que sou
O ser em chamas
Quando o ser não quer calar
Irá seguir clamando
Pedindo justiça
Desejando paz
Em chamas,o ser grita
Fala alto sim
Desacata
Não tem medo da autoridade que ambiciona a nossa mudez
O ser incandesce
Quer ferver o mundo juntamente com todo o mal que há nele
Dá um tapa na cara
Dá um soco no estômago dessa gente hipócrita
Não veste máscaras
Assim,é o impulso de um idealista,
da revolta,do revertério,
do anjo que possui a força e as vestes do demo
do ser em chamas
domingo, 3 de maio de 2009
Homenagem à uma amiga (poemas de autoria dela)
Amizade
Amizade é um amor leve
e como o ar,
basta não pensar como respirar.
Nada cobrar e boa sorte.
Eu sou anarquista
e sei que cada uma de nós
tem que seguir seu rumo.
Viva e deixe viver.
Moon shadows
No espelhado céu espero teus sutis sinais
E, eis que surge a lua fugaz em ligeiras tocatas blues,
quimérica visão a banhar minha alma de marezia prateada e electra
a escorrer gozos espumantes em fina sintonia
com as ondas de volúpia entrega do mar sedento por tua fonte de luz
a prometer eclipses lunares de ritmo e visual surreais
como o arrebatamento do meu querer exaltado e transfigurado.
Tu és majestosa e soberana miragem
flutuando acima dos fluxos mentais e caóticos dos meus delírios
anistiados pela suavidade alva da tua nudez estática e plácida,
a contrastar com o assalto selvagem e rebelde da tua ânsia
por libertar meus medos e desejos
ao pressentir toda pujança de tuas poéticas visuais
de impecável beleza bizarra a esmurrar minha farsa burguesa
e expondo à admiração fanática e alucinações psicodélicas
minhas insônias recriativas na madrugada dos perdidos poetas.
Tua superfície de aparente calma me consome em dúvidas
e cada noite te procuro
para ter a certeza que a tua luz quinta-essencial
ao deixar-me inconsciente, ainda assim me torna mais real,
porque sendo tua graça impercetível para os físicos de plantão,
só você saberá orientar minha busca por teu refúgio,
e me tirar da solidão dos astros,
antes do apagar das constelações dos meus últimos desejos.
Tua presença me abate e alucina
e ressuscita minha juventude e minha paixão pela vida
que brota invisível em todas as direções e sentidos
a todo momento que sou tocada por teus raios,
emergentes fluidos a refrescar meu corpo molhado e abençoado de orvalhos noturnos.
Encantada pelo que me escapa,
como uma colegial tímida hesito e erro a lição na tua frente
ao reconhecer-te mestra do meu prazer ingênuo e improvável.
E com as melhores das intenções,
economizo minha mesada para te presentear no seu dia,
e declarar em público meu afeto e admiração desajeitos,
por alguém que em tão pouco tempo mudou minha vida
sem perceber meus sentimentos e o meu mundo jamais revelados.
Peço licença à Iemanjá, Rainha do Mar
E em silencioso mergulho místico,
deposito minhas esperanças e sonhos mais secretos
nas profundezas de um mundo que ainda não vi.
E, por obra do destino avisto tuas fantasias e tristezas enterradas no fundo do mar,
como se esperasse e espreitasse a minha vinda,
o despertar de meu novo tempo.
Eu, que passei todo esses anos como uma errante navegante,
sem reconher que navegar é preciso,
viver não é preciso.
De agora em diante, só quero navegar teus mundos,
excitando meu desejo em todas idades e estéticas
que teus caprichosos malabarismos e piruetas
que me deixam tonta de rir.
Por que você nunca se cansa de brincar com minha luneta
enquanto altera minha bússula, morena sereia?
Se quando te conheci,
queimei meus mastros e expulsei a tripulação rebelada,
só para acompanhar tua trilha encantada pela tua canção
e nunca mais voltar à terra firme.
Impossível ser poeta,
quando perco você de vista
e me desespero a correr pro baixo Gávea,
roubo um azarão das mãos de um cavaleiro marginal
e desembesto a cavalgar na tua sombra chinesa,
apostando te agradar em samurai fantasia.
E quanto mais me aproximo,
mais incompleta se faz elaboração de um amor frustado
pela lentidão da costura invisível de retalhos vagos e frágeis emendos
no zigue-zague da agulha imaginária do tempo borrado.
Não sou poeta digna para tua tradução e homenagem.
Mas, mesmo assim, reuno minhas qualidades
e aprimoro minha admiração por ti
ao me elevar ao teu sagrado altar de oferendas e sabores tropicais
queimando incensos orientais de raras e longínquas fragâncias
de um mundo até então,
para mim desconhecido e perigoso dos labirintos dos meus sentidos extasiados
pelos cristais do teu olhar magistral
repleto de universal e oculta filosofia a decifrar as emoções cristalinas
do brilho do meu olhar ao te ver desfilar.
Tua metafísica me apontou novas rotas e aventuras,
no teu portal encontrarei e captarei versos sussurrados pela brisa do teu sopro
em quatro andamentos e revoluções celestiais
a despertar e expandir minha alma e mente para além da vida.
Se aceita-me como tua discípula lunática,
provarei que o sonho e o desejo são eternos.
E que amar, nos faz imortais.
Nuances espectrais escapolem das minhas mãos
e sorrateiramente as afagam,
e acariciam gueixamente minha nuca,
deslizando como cachoeiras de prazer pelo meu dorso arrepiado de felina,
roubando beijos virtuais em virtuosos espasmos cabalísticos.
Velozes e furiosos flashes da tua silhueta imprecisa
desmancham minha roupa em delicadas orquídeas transcendentais,
cujo princípio fundamental alivia meus nervos à flor da pele
e minha boca, alimenta as seivas vitais e picantes do meu sexo.
Minha língua languidamente submerge e saboreia lentamente
todo e qualquer vestígio de teus elementos astrais
espalhados em generosa exuberância e esplendor
batizados em fogo sagrado e celebrado em cada estrela, cada constelação
que derramávamos nossas essências e nossas ilusões.
Tão trágicas e inesquecíveis lembranças subversivas de prazer e dor,
brotam sinuosas e urgentes pulsões da minha pele, pêlo, boca, peito,
exalando teu cheiro impregnado de cio no sufoco das rondas noturnas
e blitz do meu território imaginário adormecido em sombras.
Insustentável ritual sadomasoquista para precária sobrevivência e perpetuação dos meus tristes versos românticos e temporais,
vagando soltos e sem dono no orbital levitacional dos teus encantos e mistérios
a esperar em vão teu chamado místico.
A Vila
Se não respeitei tuas fronteiras,
foi por pura ousadia romântica.
Meu amor foi mais forte que a morte
e você acordou com o mel de meus lábios sedentos.
Se nosso amor foi pertubado
pelo ódio dos infelizes,
prometo ficar do teu lado
e vigiar o teu sono até que durmas nos meus braços
agora e sempre.
Eu sei a tua cor, meu amor
e não me confundo mesmo ao anoitecer,
quando procuras refúgio na solidão da lua.
Eu sei que todas as cores lhe caem bem,
mas no fundo a tua essência é o que me fascina.
Serei eu cega por ser inocente?
Por eu ser cega, me tornei forte
e penetrei nas tuas emoções mais esquecidas
e posso aguardar o teu socorro
mesmo nos perigos mais sombrios.
Amar é esperar de porta aberta o outro
até a entrega corajosa d`almas
mesmo que tudo pareça perdido
enquanto o povo se desespera com as ameaças do desconhecido,
quando o perigo maior é amar demais
e te perder para sempre.
Muito além do jardim
No mundo invisível existem jardins secretos
onde o Sol brilha e se transfigura a cada instante
que alguém especial toca o seu solo sagrado.
O Sol espalha sins devotamente,
e o meu céu se abre para recebê-los.
Minha felicidade é modesta como as fotossínteses
que se realizam na aceitação e retribuição do simples existir.
Para que cada jardim continue a florir
precisa da atenção de mãos delicadas,
e do bem-querer por todo o nascer e viver
para expandir o amor no desabrochar de cada flor.
Não se espantem se um dia,
outros aromas deliciosos de flores me arrebatarem
e se os meus pés se tornarem asas,
porque minha pureza não mais se chocará com o mundo
e eu serei livre como os anjos.
Exodus
Olhos nus,
crianças adulteradas,
vagando perdidas e solitárias
tomadas pela dor da rejeição do mundo.
Olhos de cristal vagos,
perdem-se na imprecisão das injustiças,
das palavras abortadas de covardes,
como nós que jamais tocaremos seus rostos sujos e angelicais.
Desconhecemos a dor profunda e trágica
da almas pequeninas que se agigantam
e enfretam o mundo e seus perigos
como vivem os animais em extinção.
Civilização, opressão, massificação,
Assim caminha a humanidade
que se cala e esmaga
as sementes de um Novo Mundo.
Paixão sobrenatural
Meus olhos não podem mais
Suportar as paisagens mornas e céticas,
Camuflando perigos na esquina calma e silenciosa.
Meu suor de frio fino rasga meu corpo tépido.
Minha língua se contorce e se afoga por entre espumas delirantes.
E quanto mais se aproxima minha boca da tua miragem,
Mais minha alma padece e meu corpo chora.
Pago pelos pecados da vertigem inebriante do prazer proibido.
Os teus olhos ocultam tanto esplendor e graça
Que deixam-me perplexa e absorta em seu mistério.
Será veneno letal o que guardas para os aventureiros?
Será que vencerei tua fortaleza e alcançarei a tua glória?
Onde você estiver, por onde for teu coração,
Saiba que te imortalizei em rimas imperfeitas e surdas.
Um patético querer apostando no improvável,
Desafiando a gravidade e subvertendo o tempo.
Sentimentos desencontrados e descontrolados se abraçam em desespero e soluçam feito condenados.
O amor mata e quando não mata, fere.
A vida sem tua poesia
O que significa a vida sem a tua poesia?
Essa poesia alimenta os meus desejos mais juvenis,
Sem ela , sou mortal e pereço.
Eu finalmente achei minha eterna inspiração,
A luz que atravessou a escuridão,
Venceu a morte
E agora brilha nos corações ardentes da paixão.
Somos fortes e suaves,
Audases para seguir destinos impossíveis
E nos perdermos voluntariamente neste querer
Para além dos muros da cidade em decadência.
Chamo teu nome,
Procuro teu rosto na multidão,
Queria te encontrar num lindo dia de domingo
Para nos juntarmos às famílias em paz.
A distância entre nós não é justa,
Temos muito a dar e a receber,
Só precisamos uma da outra,
Precisamos estarmos a sós no meio da multidão
compartilharmos a cumplicidade dos raios de sol
E ao te ver sorrindo, o mundo ganha nova tradução.
Cada amanhã acordarei com a nostalgia do teu corpo nu e o sabor dos teus beijos languidos
Tua poesia é tão forte e frágil,
E eu me deixo seduzir a todo instante
E sofro secretamente aos poucos e sempre.
Entre letras e olhares
Moça de olhos luminosos,
Porque você não olha pra mim?
Teu encabulamento me excita
E o meu coração se perde entre letras e expressões.
Os livros são o nosso cenário platônico,
Tua filosofia supera minhas expectativas
E enche de suspense minha leitura de ti.
Transbordam imagens poéticas e sons angelicais.
Quanta doce promessa revelam teus olhos.
Quantas noites sigo os teus passos.
Quanta ternura sentí-la em meus braços.
Quanto mais penso, mais rejuvenesço.
Quando você olha pra mim e me sorri,
Domina o meu querer,
Mobiliza a minha mente, olhos e boca.
Você me faz tão bem.,
Mesmo que não saibas das poesias inspiradas,
Por todo raio de sol que acaricia tua face,
Pelos gestos de kabuki e falar de geisha.,
Sou tua admiradora secreta,
Uma turista acidental passageira de ilusões,
Das mais doces que teu olhar secreto me prometeu.
Amor-ficção (perdidos no espaço)
Quando atravessei o portal solar dos teus olhos
Mergulhei no universo fascinante
E superiormente mais belo e profundo
Que eu, pobre mortal ousaria conhecer,
Mas cujo sentido permanece oculto e indecifrável,
Descobri então a solidão estelar do amor.
Desafiando os limites dessa aventura sideral,
Viajo à velocidade-luz em rota de colisão,
Perdida no espaço e no tempo,
Sentindo o frio da tua atmosfera
E tendo o silêncio das estrelas como única companhia.
Busco um sinal qualquer
Que possa me trazer de volta a esperança,
Como a astronauta que espera ansiosa sua volta à Terra.
Dúbia a Lua
Ao elemento feminino-felina
Dúbia a lua,
Dúbio o amor,
Dúbia a brisa que acaricia a flor.
Tudo é duplo,
Tudo é movimento,
Tudo é dor.
A solidão dos astros é o meu refúgio
E o silêncio das estrelas a minha canção.
Amo o inalcançável
E mergulho meu ser na metafísica das emoções celestiais.
Scorpion
Scorpion, my love, my despair,
I’ve got you on my skin,
Dancing with extreme joy,
Despite the nearby burning flames.
How I love to see you dancing,
No matter how much dangerous it could be,
You always challenge the world
And play it with all your might and grace.
You, sweet little devil subtly walks in the middle of the night,
Disturbing my ease dreams
And encouraging my sleepy lust
With your rash and imperturbable target: be yourself all the time.
Your nature is mysterious and silent,
Lying in a quiet nature,
Suddenly changing cool to heat,
As if the poison desires the quick flesh of passion obsessively.
I guess that your brave and shy soul
Wishes a deep love in a sincere devotion,
No matter if you have to kill or to die for it.
How could I ever forget such fascinating and delicate nature?
My desires, my dreams, my thoughts, they all run to your secret and wild world.
That makes me moves eagerly to your lethal sting
Challenge the unknown and hopefully not be hurt,
Because I traveled a long, long way,
Just to love you, like nobody loves you
And to protect you from any painful burning flames for the rest of my life.
We’re young, wild and free
To live our mystical journey beyond the city rules.
All we need is to surrender to the power of love
And love will guide us through the stars above
Where we’ll lay together in ecstasy like two proud and immortal gods.
Um poema-fado inspirado no filme Sob o Céu de Lisboa
Quando a saudade canta,
Ensina o coração a se calar e a chorar sozinho.
A amizade breve se foi de repente
E se esqueceu do adeus,
Deixando para trás o silêncio e a silhueta mal definida.
Ao meu lado ficou o sonhar de um mundo distante,
O ouvir abafado da tua voz
E lembranças de conversas tão despretensiosas como o teu sorriso solto que fez-me poeta por acaso dos teus mistérios.
Mas, eu ainda procuro você em cada olhar, cada sorriso,
E sempre me perco pelas ruas e pelos bares,
Somente me encontrando
quando deixo as palavras flutuarem acima da solidão do meu quarto
E tomarem o rumo que a minha vida não achou.
O amor que a cidade testemunhou,
Não foi mais forte que a explosão violenta das ruas
Que abafou o calor daquele beijo escarlate-néon.
Já não é a mesma cidade que escolhi nascer, amar e morrer.
Faltam o sonho, a inocência e a esperança de simplesmente te reencontrar.
Reminiscências de Lavoura Arcaica
Sentimentos alheios aos meus,
Ignoram a força de meus passos sutis e leves,
Desenhando poesias pelo chão.
Minhas mãos buscam o calor dos ínfimos gestos sentidos.
E os meus olhos iluminam bem-querer doce de tâmara.
Meu pensamento sabe-de-cor que a amizade vale ouro.
Meu coração devotamente espera a promessa de cada amanhecer.
E quem sabe serei profeta da minha própria história.
Pois a solidão da noite é perigosa e traiçoeira,
Insinuando-se vagarosamente a agonia e o desespero
E uma vontade de fugir para bem longe.
Mas segue-se a aurora vermelha como fogo,
Vencendo todo cansaço
E transcedendo a realidade brutal.
Todo sentir é reencontrar a essência da vida.
Toda minha vida hei de combater os céticos e corrompidos,
Desviar-me dos incrédulos e debochados,
Porque desconhecem e profanam teu nome.
Estão perdidos, abandonados e miseráveis em seus territórios emocionais :
Desertos infernais.
Se ao menos soubessem da beleza de tua alma,
Não hurlariam de dor quando desce a noite intempestiva e fria.
A tua luz traduz a beleza idealizada por Deus.
A luz do teu olhar tem mais verdade que todos os tesouros do mundo.
Teu sorriso é puro e forte,
Alimentando meus desejos e crimes.
Fé e fome tumultuam minhas preces.
Minha garganta sufocada paralisa minha língua
E meu corpo se contorce e se abandona à própria sorte.
Pois ter te encontrado foi a glória efêmera e fulgaz das mais belas e inesquecíveis,
Mas te adorar em silêncio importa em tragédia corporal e em sofrimentos rasgados e oprimidos.
Sou o desejo explosivo e latente das noites mal iluminadas e despovoadas.
A voz que sussurra revoluções,
Enquanto homens ordinários dormem sonhos desbotados.
Existe muita verdade e beleza na boêmia das horas tardias.
O turpor e a languidez alongam o enibriamento do meu Carnaval particular.
As sensações prazeirosas são o indíceo de uma agitação,
Um levante contra toda repressão.
Meu corpo não se calará mais.
Irei até o fim, apoteótico ou apocalíptico dos meus desejos.
Num mundo transtornado falar de amor é contra-producente, contra-revolucionário
E ser idealista e poeta, pura ousadia romântica.
Quero abrir alas, apreciar o teu desfile, te jogar confeite, festejar contigo e tudo permitir…
Quero o querer dos loucos, dos obssessivos.
Quero incendiar as ruas e espalhar desordem.
Quero viver os desejos mais delirantes e o amor mais tranquilo que uma noite eternizar.
Aceitar a tragédia alucinante escondida nas armadilhas do coração.
Desafiar as regras e os bons costumes com a irreverência provocativa dos marginalizados.
Não permitir que a pureza de um sentimento de artista se manche com a rudeza da intolerância.
Meus sentimentos são maiores que o mundo
E no meu destino só existe uma verdade.
Sol da meia-noite
A pulsação estonteante do meu bem-querer,
Expande-se na velocidade-luz do teu olhar doce-selvagem transcendental.
Já não há mais caminho de volta,
Sinto tua profecia atravessar os oceanos e vencer aos poucos todo meu cansaço e medo.
Vou acender os incensos orientais e aguardar tua vinda ,
Irei me banhar com pétalas vermelhas de lotus sagradas
E te esperarei no nosso jardim secreto.
Mas, se o destino não se cumprir,
Não vou ficar de luto.
Vou me vestir com teus sonhos
E traduzí-los em poemas espectrais,
Tão herméticos quanto a beleza fugaz de nossos encontros.
Janelas d’alma se tocam e se desdobram ao infinito numa poderosa dança celestial, espiral e mágica de luz e sombra.
Minhas palavras e tuas imagens travam lutas sensuais e se enroscam, rasgando o céu ardente,
Iluminando todos os cantos românticos do Rio de Janeiro.
Você me desafia e me provoca,
Quer saber quem eu sou.
Eu sou as palavras que vibram em pop, funk, rock, hip-hop,
Eu sou jazz, blues, bossa nova,
Eu sou ninguém, eu sou zen, eu sou a tal-qual, eu sou a tal.
Eu sou poeta, sou feliz, porque meu coração é novo.
Imagens surreais alimentam fantasias de um Mundo Novo onde belas e fortes guerreiras lutam pela conquista solar de seu povo,
enquanto ousadas e indomáveis artistas proclamam loucas revoluções lunares.
Que olhemos para a mesma direção.
Que a tua spada se junte à minha
E que a tua língua ao encostar na minha,
Descubra a minha natureza e o que procurei esconder de mim mesma.
O movimento das horas já não são mais iguais, voltei à boêmia poética das madrugadas.
Pois tua luz é cristal puro iluminando minha viagem astral rumo a este território desconhecido que é o amor.
Enquanto não durmo,
Fecho os olhos e faço closes de teu sorriso, de teus olhos, de tuas mãos suaves como a noite americana
E à cada nova montagem de nossas conversas
Meu desejo de mergulhar no teu universo aumenta mais
e me vejo refém da minha obssessiva e delirante montagem.
Enquanto o sono não vêm,
Enquanto você está longe,
Enquanto te espero,
Chove lá fora
Mas aqui dentro um perfume de orvalho quintessencial preenche poeticamente minhas noites com sol.
Quando se brinda à uma amizade
À Flávia
Quando se brinda à uma amizade,
Mesmo distante, a alegria toca a saudade
E canta a beleza das lembranças a iluminar
A cidade de perigos e sonhos.
Há o mistério da tua voz
Por entre as ruelas sujas e escuras a gritar por amor.
Nos bares, eles não reconhecem que é tua, esta voz.
Vai chegar o dia.
O céu de São Paulo desponta a tua esperença
E te faz adormecer menina.
Eu ainda estarei contigo, minha amiga.
Admiraremos o céu juntas e te apontarei a estrela guia mais bela, mais intensa,
Aquela que tanto o teu olhar buscava em silêncio no meio da multidão, na solidão das noites frias.
Amizade é um amor leve
e como o ar,
basta não pensar como respirar.
Nada cobrar e boa sorte.
Eu sou anarquista
e sei que cada uma de nós
tem que seguir seu rumo.
Viva e deixe viver.
Moon shadows
No espelhado céu espero teus sutis sinais
E, eis que surge a lua fugaz em ligeiras tocatas blues,
quimérica visão a banhar minha alma de marezia prateada e electra
a escorrer gozos espumantes em fina sintonia
com as ondas de volúpia entrega do mar sedento por tua fonte de luz
a prometer eclipses lunares de ritmo e visual surreais
como o arrebatamento do meu querer exaltado e transfigurado.
Tu és majestosa e soberana miragem
flutuando acima dos fluxos mentais e caóticos dos meus delírios
anistiados pela suavidade alva da tua nudez estática e plácida,
a contrastar com o assalto selvagem e rebelde da tua ânsia
por libertar meus medos e desejos
ao pressentir toda pujança de tuas poéticas visuais
de impecável beleza bizarra a esmurrar minha farsa burguesa
e expondo à admiração fanática e alucinações psicodélicas
minhas insônias recriativas na madrugada dos perdidos poetas.
Tua superfície de aparente calma me consome em dúvidas
e cada noite te procuro
para ter a certeza que a tua luz quinta-essencial
ao deixar-me inconsciente, ainda assim me torna mais real,
porque sendo tua graça impercetível para os físicos de plantão,
só você saberá orientar minha busca por teu refúgio,
e me tirar da solidão dos astros,
antes do apagar das constelações dos meus últimos desejos.
Tua presença me abate e alucina
e ressuscita minha juventude e minha paixão pela vida
que brota invisível em todas as direções e sentidos
a todo momento que sou tocada por teus raios,
emergentes fluidos a refrescar meu corpo molhado e abençoado de orvalhos noturnos.
Encantada pelo que me escapa,
como uma colegial tímida hesito e erro a lição na tua frente
ao reconhecer-te mestra do meu prazer ingênuo e improvável.
E com as melhores das intenções,
economizo minha mesada para te presentear no seu dia,
e declarar em público meu afeto e admiração desajeitos,
por alguém que em tão pouco tempo mudou minha vida
sem perceber meus sentimentos e o meu mundo jamais revelados.
Peço licença à Iemanjá, Rainha do Mar
E em silencioso mergulho místico,
deposito minhas esperanças e sonhos mais secretos
nas profundezas de um mundo que ainda não vi.
E, por obra do destino avisto tuas fantasias e tristezas enterradas no fundo do mar,
como se esperasse e espreitasse a minha vinda,
o despertar de meu novo tempo.
Eu, que passei todo esses anos como uma errante navegante,
sem reconher que navegar é preciso,
viver não é preciso.
De agora em diante, só quero navegar teus mundos,
excitando meu desejo em todas idades e estéticas
que teus caprichosos malabarismos e piruetas
que me deixam tonta de rir.
Por que você nunca se cansa de brincar com minha luneta
enquanto altera minha bússula, morena sereia?
Se quando te conheci,
queimei meus mastros e expulsei a tripulação rebelada,
só para acompanhar tua trilha encantada pela tua canção
e nunca mais voltar à terra firme.
Impossível ser poeta,
quando perco você de vista
e me desespero a correr pro baixo Gávea,
roubo um azarão das mãos de um cavaleiro marginal
e desembesto a cavalgar na tua sombra chinesa,
apostando te agradar em samurai fantasia.
E quanto mais me aproximo,
mais incompleta se faz elaboração de um amor frustado
pela lentidão da costura invisível de retalhos vagos e frágeis emendos
no zigue-zague da agulha imaginária do tempo borrado.
Não sou poeta digna para tua tradução e homenagem.
Mas, mesmo assim, reuno minhas qualidades
e aprimoro minha admiração por ti
ao me elevar ao teu sagrado altar de oferendas e sabores tropicais
queimando incensos orientais de raras e longínquas fragâncias
de um mundo até então,
para mim desconhecido e perigoso dos labirintos dos meus sentidos extasiados
pelos cristais do teu olhar magistral
repleto de universal e oculta filosofia a decifrar as emoções cristalinas
do brilho do meu olhar ao te ver desfilar.
Tua metafísica me apontou novas rotas e aventuras,
no teu portal encontrarei e captarei versos sussurrados pela brisa do teu sopro
em quatro andamentos e revoluções celestiais
a despertar e expandir minha alma e mente para além da vida.
Se aceita-me como tua discípula lunática,
provarei que o sonho e o desejo são eternos.
E que amar, nos faz imortais.
Nuances espectrais escapolem das minhas mãos
e sorrateiramente as afagam,
e acariciam gueixamente minha nuca,
deslizando como cachoeiras de prazer pelo meu dorso arrepiado de felina,
roubando beijos virtuais em virtuosos espasmos cabalísticos.
Velozes e furiosos flashes da tua silhueta imprecisa
desmancham minha roupa em delicadas orquídeas transcendentais,
cujo princípio fundamental alivia meus nervos à flor da pele
e minha boca, alimenta as seivas vitais e picantes do meu sexo.
Minha língua languidamente submerge e saboreia lentamente
todo e qualquer vestígio de teus elementos astrais
espalhados em generosa exuberância e esplendor
batizados em fogo sagrado e celebrado em cada estrela, cada constelação
que derramávamos nossas essências e nossas ilusões.
Tão trágicas e inesquecíveis lembranças subversivas de prazer e dor,
brotam sinuosas e urgentes pulsões da minha pele, pêlo, boca, peito,
exalando teu cheiro impregnado de cio no sufoco das rondas noturnas
e blitz do meu território imaginário adormecido em sombras.
Insustentável ritual sadomasoquista para precária sobrevivência e perpetuação dos meus tristes versos românticos e temporais,
vagando soltos e sem dono no orbital levitacional dos teus encantos e mistérios
a esperar em vão teu chamado místico.
A Vila
Se não respeitei tuas fronteiras,
foi por pura ousadia romântica.
Meu amor foi mais forte que a morte
e você acordou com o mel de meus lábios sedentos.
Se nosso amor foi pertubado
pelo ódio dos infelizes,
prometo ficar do teu lado
e vigiar o teu sono até que durmas nos meus braços
agora e sempre.
Eu sei a tua cor, meu amor
e não me confundo mesmo ao anoitecer,
quando procuras refúgio na solidão da lua.
Eu sei que todas as cores lhe caem bem,
mas no fundo a tua essência é o que me fascina.
Serei eu cega por ser inocente?
Por eu ser cega, me tornei forte
e penetrei nas tuas emoções mais esquecidas
e posso aguardar o teu socorro
mesmo nos perigos mais sombrios.
Amar é esperar de porta aberta o outro
até a entrega corajosa d`almas
mesmo que tudo pareça perdido
enquanto o povo se desespera com as ameaças do desconhecido,
quando o perigo maior é amar demais
e te perder para sempre.
Muito além do jardim
No mundo invisível existem jardins secretos
onde o Sol brilha e se transfigura a cada instante
que alguém especial toca o seu solo sagrado.
O Sol espalha sins devotamente,
e o meu céu se abre para recebê-los.
Minha felicidade é modesta como as fotossínteses
que se realizam na aceitação e retribuição do simples existir.
Para que cada jardim continue a florir
precisa da atenção de mãos delicadas,
e do bem-querer por todo o nascer e viver
para expandir o amor no desabrochar de cada flor.
Não se espantem se um dia,
outros aromas deliciosos de flores me arrebatarem
e se os meus pés se tornarem asas,
porque minha pureza não mais se chocará com o mundo
e eu serei livre como os anjos.
Exodus
Olhos nus,
crianças adulteradas,
vagando perdidas e solitárias
tomadas pela dor da rejeição do mundo.
Olhos de cristal vagos,
perdem-se na imprecisão das injustiças,
das palavras abortadas de covardes,
como nós que jamais tocaremos seus rostos sujos e angelicais.
Desconhecemos a dor profunda e trágica
da almas pequeninas que se agigantam
e enfretam o mundo e seus perigos
como vivem os animais em extinção.
Civilização, opressão, massificação,
Assim caminha a humanidade
que se cala e esmaga
as sementes de um Novo Mundo.
Paixão sobrenatural
Meus olhos não podem mais
Suportar as paisagens mornas e céticas,
Camuflando perigos na esquina calma e silenciosa.
Meu suor de frio fino rasga meu corpo tépido.
Minha língua se contorce e se afoga por entre espumas delirantes.
E quanto mais se aproxima minha boca da tua miragem,
Mais minha alma padece e meu corpo chora.
Pago pelos pecados da vertigem inebriante do prazer proibido.
Os teus olhos ocultam tanto esplendor e graça
Que deixam-me perplexa e absorta em seu mistério.
Será veneno letal o que guardas para os aventureiros?
Será que vencerei tua fortaleza e alcançarei a tua glória?
Onde você estiver, por onde for teu coração,
Saiba que te imortalizei em rimas imperfeitas e surdas.
Um patético querer apostando no improvável,
Desafiando a gravidade e subvertendo o tempo.
Sentimentos desencontrados e descontrolados se abraçam em desespero e soluçam feito condenados.
O amor mata e quando não mata, fere.
A vida sem tua poesia
O que significa a vida sem a tua poesia?
Essa poesia alimenta os meus desejos mais juvenis,
Sem ela , sou mortal e pereço.
Eu finalmente achei minha eterna inspiração,
A luz que atravessou a escuridão,
Venceu a morte
E agora brilha nos corações ardentes da paixão.
Somos fortes e suaves,
Audases para seguir destinos impossíveis
E nos perdermos voluntariamente neste querer
Para além dos muros da cidade em decadência.
Chamo teu nome,
Procuro teu rosto na multidão,
Queria te encontrar num lindo dia de domingo
Para nos juntarmos às famílias em paz.
A distância entre nós não é justa,
Temos muito a dar e a receber,
Só precisamos uma da outra,
Precisamos estarmos a sós no meio da multidão
compartilharmos a cumplicidade dos raios de sol
E ao te ver sorrindo, o mundo ganha nova tradução.
Cada amanhã acordarei com a nostalgia do teu corpo nu e o sabor dos teus beijos languidos
Tua poesia é tão forte e frágil,
E eu me deixo seduzir a todo instante
E sofro secretamente aos poucos e sempre.
Entre letras e olhares
Moça de olhos luminosos,
Porque você não olha pra mim?
Teu encabulamento me excita
E o meu coração se perde entre letras e expressões.
Os livros são o nosso cenário platônico,
Tua filosofia supera minhas expectativas
E enche de suspense minha leitura de ti.
Transbordam imagens poéticas e sons angelicais.
Quanta doce promessa revelam teus olhos.
Quantas noites sigo os teus passos.
Quanta ternura sentí-la em meus braços.
Quanto mais penso, mais rejuvenesço.
Quando você olha pra mim e me sorri,
Domina o meu querer,
Mobiliza a minha mente, olhos e boca.
Você me faz tão bem.,
Mesmo que não saibas das poesias inspiradas,
Por todo raio de sol que acaricia tua face,
Pelos gestos de kabuki e falar de geisha.,
Sou tua admiradora secreta,
Uma turista acidental passageira de ilusões,
Das mais doces que teu olhar secreto me prometeu.
Amor-ficção (perdidos no espaço)
Quando atravessei o portal solar dos teus olhos
Mergulhei no universo fascinante
E superiormente mais belo e profundo
Que eu, pobre mortal ousaria conhecer,
Mas cujo sentido permanece oculto e indecifrável,
Descobri então a solidão estelar do amor.
Desafiando os limites dessa aventura sideral,
Viajo à velocidade-luz em rota de colisão,
Perdida no espaço e no tempo,
Sentindo o frio da tua atmosfera
E tendo o silêncio das estrelas como única companhia.
Busco um sinal qualquer
Que possa me trazer de volta a esperança,
Como a astronauta que espera ansiosa sua volta à Terra.
Dúbia a Lua
Ao elemento feminino-felina
Dúbia a lua,
Dúbio o amor,
Dúbia a brisa que acaricia a flor.
Tudo é duplo,
Tudo é movimento,
Tudo é dor.
A solidão dos astros é o meu refúgio
E o silêncio das estrelas a minha canção.
Amo o inalcançável
E mergulho meu ser na metafísica das emoções celestiais.
Scorpion
Scorpion, my love, my despair,
I’ve got you on my skin,
Dancing with extreme joy,
Despite the nearby burning flames.
How I love to see you dancing,
No matter how much dangerous it could be,
You always challenge the world
And play it with all your might and grace.
You, sweet little devil subtly walks in the middle of the night,
Disturbing my ease dreams
And encouraging my sleepy lust
With your rash and imperturbable target: be yourself all the time.
Your nature is mysterious and silent,
Lying in a quiet nature,
Suddenly changing cool to heat,
As if the poison desires the quick flesh of passion obsessively.
I guess that your brave and shy soul
Wishes a deep love in a sincere devotion,
No matter if you have to kill or to die for it.
How could I ever forget such fascinating and delicate nature?
My desires, my dreams, my thoughts, they all run to your secret and wild world.
That makes me moves eagerly to your lethal sting
Challenge the unknown and hopefully not be hurt,
Because I traveled a long, long way,
Just to love you, like nobody loves you
And to protect you from any painful burning flames for the rest of my life.
We’re young, wild and free
To live our mystical journey beyond the city rules.
All we need is to surrender to the power of love
And love will guide us through the stars above
Where we’ll lay together in ecstasy like two proud and immortal gods.
Um poema-fado inspirado no filme Sob o Céu de Lisboa
Quando a saudade canta,
Ensina o coração a se calar e a chorar sozinho.
A amizade breve se foi de repente
E se esqueceu do adeus,
Deixando para trás o silêncio e a silhueta mal definida.
Ao meu lado ficou o sonhar de um mundo distante,
O ouvir abafado da tua voz
E lembranças de conversas tão despretensiosas como o teu sorriso solto que fez-me poeta por acaso dos teus mistérios.
Mas, eu ainda procuro você em cada olhar, cada sorriso,
E sempre me perco pelas ruas e pelos bares,
Somente me encontrando
quando deixo as palavras flutuarem acima da solidão do meu quarto
E tomarem o rumo que a minha vida não achou.
O amor que a cidade testemunhou,
Não foi mais forte que a explosão violenta das ruas
Que abafou o calor daquele beijo escarlate-néon.
Já não é a mesma cidade que escolhi nascer, amar e morrer.
Faltam o sonho, a inocência e a esperança de simplesmente te reencontrar.
Reminiscências de Lavoura Arcaica
Sentimentos alheios aos meus,
Ignoram a força de meus passos sutis e leves,
Desenhando poesias pelo chão.
Minhas mãos buscam o calor dos ínfimos gestos sentidos.
E os meus olhos iluminam bem-querer doce de tâmara.
Meu pensamento sabe-de-cor que a amizade vale ouro.
Meu coração devotamente espera a promessa de cada amanhecer.
E quem sabe serei profeta da minha própria história.
Pois a solidão da noite é perigosa e traiçoeira,
Insinuando-se vagarosamente a agonia e o desespero
E uma vontade de fugir para bem longe.
Mas segue-se a aurora vermelha como fogo,
Vencendo todo cansaço
E transcedendo a realidade brutal.
Todo sentir é reencontrar a essência da vida.
Toda minha vida hei de combater os céticos e corrompidos,
Desviar-me dos incrédulos e debochados,
Porque desconhecem e profanam teu nome.
Estão perdidos, abandonados e miseráveis em seus territórios emocionais :
Desertos infernais.
Se ao menos soubessem da beleza de tua alma,
Não hurlariam de dor quando desce a noite intempestiva e fria.
A tua luz traduz a beleza idealizada por Deus.
A luz do teu olhar tem mais verdade que todos os tesouros do mundo.
Teu sorriso é puro e forte,
Alimentando meus desejos e crimes.
Fé e fome tumultuam minhas preces.
Minha garganta sufocada paralisa minha língua
E meu corpo se contorce e se abandona à própria sorte.
Pois ter te encontrado foi a glória efêmera e fulgaz das mais belas e inesquecíveis,
Mas te adorar em silêncio importa em tragédia corporal e em sofrimentos rasgados e oprimidos.
Sou o desejo explosivo e latente das noites mal iluminadas e despovoadas.
A voz que sussurra revoluções,
Enquanto homens ordinários dormem sonhos desbotados.
Existe muita verdade e beleza na boêmia das horas tardias.
O turpor e a languidez alongam o enibriamento do meu Carnaval particular.
As sensações prazeirosas são o indíceo de uma agitação,
Um levante contra toda repressão.
Meu corpo não se calará mais.
Irei até o fim, apoteótico ou apocalíptico dos meus desejos.
Num mundo transtornado falar de amor é contra-producente, contra-revolucionário
E ser idealista e poeta, pura ousadia romântica.
Quero abrir alas, apreciar o teu desfile, te jogar confeite, festejar contigo e tudo permitir…
Quero o querer dos loucos, dos obssessivos.
Quero incendiar as ruas e espalhar desordem.
Quero viver os desejos mais delirantes e o amor mais tranquilo que uma noite eternizar.
Aceitar a tragédia alucinante escondida nas armadilhas do coração.
Desafiar as regras e os bons costumes com a irreverência provocativa dos marginalizados.
Não permitir que a pureza de um sentimento de artista se manche com a rudeza da intolerância.
Meus sentimentos são maiores que o mundo
E no meu destino só existe uma verdade.
Sol da meia-noite
A pulsação estonteante do meu bem-querer,
Expande-se na velocidade-luz do teu olhar doce-selvagem transcendental.
Já não há mais caminho de volta,
Sinto tua profecia atravessar os oceanos e vencer aos poucos todo meu cansaço e medo.
Vou acender os incensos orientais e aguardar tua vinda ,
Irei me banhar com pétalas vermelhas de lotus sagradas
E te esperarei no nosso jardim secreto.
Mas, se o destino não se cumprir,
Não vou ficar de luto.
Vou me vestir com teus sonhos
E traduzí-los em poemas espectrais,
Tão herméticos quanto a beleza fugaz de nossos encontros.
Janelas d’alma se tocam e se desdobram ao infinito numa poderosa dança celestial, espiral e mágica de luz e sombra.
Minhas palavras e tuas imagens travam lutas sensuais e se enroscam, rasgando o céu ardente,
Iluminando todos os cantos românticos do Rio de Janeiro.
Você me desafia e me provoca,
Quer saber quem eu sou.
Eu sou as palavras que vibram em pop, funk, rock, hip-hop,
Eu sou jazz, blues, bossa nova,
Eu sou ninguém, eu sou zen, eu sou a tal-qual, eu sou a tal.
Eu sou poeta, sou feliz, porque meu coração é novo.
Imagens surreais alimentam fantasias de um Mundo Novo onde belas e fortes guerreiras lutam pela conquista solar de seu povo,
enquanto ousadas e indomáveis artistas proclamam loucas revoluções lunares.
Que olhemos para a mesma direção.
Que a tua spada se junte à minha
E que a tua língua ao encostar na minha,
Descubra a minha natureza e o que procurei esconder de mim mesma.
O movimento das horas já não são mais iguais, voltei à boêmia poética das madrugadas.
Pois tua luz é cristal puro iluminando minha viagem astral rumo a este território desconhecido que é o amor.
Enquanto não durmo,
Fecho os olhos e faço closes de teu sorriso, de teus olhos, de tuas mãos suaves como a noite americana
E à cada nova montagem de nossas conversas
Meu desejo de mergulhar no teu universo aumenta mais
e me vejo refém da minha obssessiva e delirante montagem.
Enquanto o sono não vêm,
Enquanto você está longe,
Enquanto te espero,
Chove lá fora
Mas aqui dentro um perfume de orvalho quintessencial preenche poeticamente minhas noites com sol.
Quando se brinda à uma amizade
À Flávia
Quando se brinda à uma amizade,
Mesmo distante, a alegria toca a saudade
E canta a beleza das lembranças a iluminar
A cidade de perigos e sonhos.
Há o mistério da tua voz
Por entre as ruelas sujas e escuras a gritar por amor.
Nos bares, eles não reconhecem que é tua, esta voz.
Vai chegar o dia.
O céu de São Paulo desponta a tua esperença
E te faz adormecer menina.
Eu ainda estarei contigo, minha amiga.
Admiraremos o céu juntas e te apontarei a estrela guia mais bela, mais intensa,
Aquela que tanto o teu olhar buscava em silêncio no meio da multidão, na solidão das noites frias.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Inspiração
Ela vem de repente fazendo nascer brotos rapidamente
E freneticamente eles se expandem
Querem abraçar um mundo de sensações de uma só vez
Sem cessar ela te contagia por um momento
E parece te anular em outros
Pode te levar para qualquer lugar
E você com ela viajar
Como um córrego em fluxo
Captando cada objeto
e circulando entre linhas e letras mal feitas
Assim é a inspiração
Não tem explicação
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Terremoto
Quando a aurora ressurgir
No dia em que tudo renascer
O mundo será prometido para nós
Lugar das ilusões e sonhos reais
Onde todos serão mansos
E o encontro com a tranquilidade será a regra
Nova lei
Dia novo cheio de esperanças
Reunindo as lembranças de um tempo perdido
O desconhecido e despido momento de olhar para si próprio
Terremoto
Coração seco
Seco é o teu coração que não consegue sentir amor
Que desconhece a beleza nas pessoas
Que pensa que vê o que não pode enxergar
Pois sendo gelo não percebe o calor
É distante o teu coração
E como uma pedra dura
Não sabe abrir as portas para o afeto
Mas apenas para coisas fúteis
Para o supérfluo
E de secura morrerá teu coração
Que monstruoso parece
E que de amor carece
E do perene se esquece
Passageiro de um mundo sem luz
Onde muitos não amam de verdade
E que de tanta pretensão e individualidade
Morre da tua própria maldade
Pequeno e vazio
Distante e solitário
Esse é o seu preço Coração seco.
Palavras soltas
Cérebro
Orgão duvidoso
Pode criar o bem e o mal
Por caminhos distintos
O inescrupuloso e o ardiloso
O sonhador e o surpreendente
O frio e o caloroso
O seco e o racional
O anjo e o demônio
Labirinto misterioso
Não é o cérebro eletrônico
É um enigma humano
Não achamos o porquê de tanta coisa
Mas tudo acontece lá
Numa caixinha secreta
Que nunca está aberta
Neurônios em conexão e desconexão
Alguns,sem emoção
Outros,pura ilusão
Nada de ficção
Cé-re-bro
Caminhos errados ou certos
Tudo gravado e aprendido
Parecendo não ter volta
Orgão humano
Mas também desumano
Reboliço
A alma quer descansar
E como quem grita por socorro
Busca solução em qualquer coisa
Algo que aparentemente possa trazer algum alívio
Dando voltas e mais voltas
Aflições inerentes ao humano
Cortando como um bisturi
Alfinetando o âmago
Espetando como farpa
A angústia de existir
Desespero momentâneo
Contorcionismo interior
Reboliço
segunda-feira, 30 de março de 2009
Sinfonia de amor
Esses são alguns registros deixados por um grande exemplo de homem,um grande herói por que conseguiu conquistar a mulher que ele amava e manter seu relacionamento (casamento) com ela por 68 anos (até o falecimento), um relacionamento baseado profundamente no amor, amizade, companherismo, lealdade e harmonia.
Segue alguns poemas de amor que ele compôs para sua mulher, organizado por sua filha num livro: “Sinfonia de Amor”.Selecionei alguns dos melhores poemas deste livro para colocar aqui.
Imaginar que naquele tempo,onde o machismo imperava de modo tão forte na sociedade,um homem amar uma mulher dessa forma tão sublime.Achei essa história o máximo e essa mulher uma sortuda.
Essa história é a prova concreta de que ainda existem bons homens no mundo,homens que sabem amar e respeitar uma mulher do modo mais sincero e generoso e eu também já conheci homens assim.Sei que eles não são mera ficção.Acho isso o máximo.
Olhos Sedutores
“Olhos brilhantes, vivos sedutores
Capazes de despertar sonhos, amores
Assim são os teus minha querida
E por isso encantam minha vida
Mirá-los é vislumbrar um paraíso
Um espaço sideral pleno de estrelas
De um olhar assim é tudo que preciso
Estrelas que nos alegram só de vê-las
Castanhos, sempre doces e amenos
Têm dos lagos a quietude da superfície
Quando não sopra o vento e estão serenos
Imitam a cálida tranqüilidade da planície.”
Minha Esposa
“Corri o mundo desde o sul ao norte
De leste a oeste a Terra percorri
Mas nunca achei alguém que tenha o porte
Daquela com quem sempre eu convivi
Andei daqui pra lá, judeu errante
Nos livros de história pesquisei
Por mais que houvesse gente cativante
Igual a ti eu nunca encontrei
Já cansado de tanto pesquisar
Vi que a conclusão final eu já tinha
Por mais que o mundo eu fosse revirar
Nele não existe um esposa igual a minha.”
Doces Sorrisos
“Quando um sorriso se abre em tua face
Radiante de alegria e de ternura
Sinto a alma vibrar em um enlace
De carinho, de amor e de ventura
Parece até que o sol é mais brilhante
Ou que a noite fica mais enluarada
Cada estrela se mostra cintilante
Diante do sorrir da minha amada
Como é doce a expressão do teu sorriso
Nenhum poeta é capaz de descrevê-lo
Não sei para pintá-lo o que preciso
Porque me encanto simplesmente ao vê-lo”
Amor Ardente
Eu olho à minha volta e logo me parece
Ver em cada canto uma beleza que eternece
Mas isso não surgiu assim tão de repente
Fruto do que sinto por ti, amor ardente
Vejo das flores as cores esplendorosas
A cantoria dos pássaros as ouço maviosas
Cada raio do sol sinto mais quente
Fruto do que sinto por ti, amor ardente
Estrelas vejo brilhar no céu escuro
E entre elas é teu vulto que procuro
Numa ânsia febril e tão fremente
Fruto do que sinto por ti, amor ardente
E se o luar inunda toda a estrada
Sigo por ela louco, em disparada
Procurando os teus braços docemente
Fruto do que sinto por ti, amor ardente”
Feitiço
“Há muito sei que estou enfeitiçado
Deixei a vida que vivi cheia de escolhos
Só porque fiquei extasiado
Diante da beleza dos teus olhos
Chego a sonhar com eles cada noite
E a cada manhã acordo a procurá-los
Porque viver sem eles é um açoite
Que me vergasta a alma por amá-los
Mas este feitiço aceito com prazer
Sou seu escravo desde hoje e eternamente
Exorcizá-lo, expulsá-lo jamais ei de querer
Sinto-o a todo instante em minha mente.”
Solidão
Hoje estou só, e como isso é triste
Parece que á minha volta nada existe
Só porque a minha amada se ausentou
Em minha casa um vazio se criou
Não foi longe, não, está bem perto
Sei até onde ela está, estou bem certo
Mas a sua ausência me causa uma emoção
Que me perturba e me abala o coração
Tomara que ela volte bem depressa
Para preencher este vazio que me opressa
Eu sei que vão me achar exagerado
Mas sua ausência me deixa perturbado.”
Ausência
“Se algum dia pensares em me deixar eu choro
Mas se jurares viver comigo eternamente eu rio
Só de pensar que possas te afastar imploro
Por favor, não deixes assim meu coração vazio
O teu amor para mim é como o estio
Tudo em torno sempre resplandece
O meu ser fica livre do que é frio
Sinto-me como a manhã que alvorece
Com isso podes ver que és para mim
O âmago de uma paixão imensurável
Um amor que teve inicio e não tem fim
Uma poesia de vida inesgotável. “
Meditação
“ Desde que te conheci eu medito
Sobre o profundo amor que nos uniu
Este sentimento belo e bendito
Que de nós jamais fugiu
Por tanto assim meditar
O meu ser eu melhorei
Fez minha alma ao céu alçar
Neste sonho que sonhei
Meditarei por todo a minha vida
Meu desejo é sempre melhorar
Para poder contigo querida
Viver,viver e amar”
Noivado
“Dos meus tempos de noivado eu me recordo
Como de um sonho que fez realidade
E a cada dia quando acordo
Vejo ser real felicidade
Éramos jovens, bem na flor da idade
E juntos planejávamos o futuro
Tudo para nós é claridade
Nada nos parecia ser escuro
Com o passar do tempo, todavia
Aprendemos que a vida é uma escola
Que nos ensina cada instante, dia-a-dia,
Não se poder viver de uma esmola
Lutamos muito mantendo-nos unidos
E vendo crescer à nossa volta uma família
E que agora todos reunidos
Vivemos sempre em paz e harmonia.”
Casamento
“Sessenta e oito anos são passados
Quando ainda jovens nos braços te tomei
Mas até hoje ainda enlaçados
Amo-te ainda mais do que amei
Tua ausência ainda que pequena
Causa em mim a dor de uma saudade
Que só a sua presença torna amena
E de volta me traz felicidade
Recorda comigo a vida que passamos
De lutas, de tristezas, de alegrias
E em toda ela sempre nos apoiamos
Conseguindo manter conosco a harmonia”
Volúpia
Volúpia de amar e te querer
Volúpia de tomar-te aos braços meus
Sentir vibrar a vida no meu ser
Com sofreguidão beijar os lábios teus
Viver um sonho de amor vibrante
E acordar em plena realidade
Amar-te com carinho a cada instante
Sentir que tudo isto é de verdade
Prazer de ter-te sempre ao meu lado
Em doce companhia de amor e paz
Sentir que por ti eu sou amado
E que esta realidade nenhum poder se desfaz.”
Vibrações de Amor
Tu és do campo uma formosa flor
Que ornamentas com encanto a minha vida
Trazendo-a cada instante comovida
Pelas vibrações do teu amor
Tu és a aurora de um dia ensolarado
Quando tudo brilha ao meu redor
E cada vez fico mais apaixonado
Pelas vibrações do teu amor
Tu és a música que soa com doçura
Aquela que Cupido deve ser autor
Do céu levando-me à altura
Pelas vibrações do teu amor.”
Eu te amo
“Eu te amo como jamais alguém te amará
Considero-te alma gêmea da minha
Sei que o tempo para nós não contará
Pois nosso amor para eternidade caminha
Podemos reparti-lo com os irmãos
Em abundância o Pai no-lo doou
Para distribuí-lo pondo em nossas mãos
Foi para isto que Ele nos aproximou
Só desta forma podemos ser felizes
Dando de graça o que de graça recebemos
E assim teremos das graças todos os matizes
E as maiores de todas alcançaremos”
E por fim e não menos importante um grande conselho que nosso grande mestre e herói deixou.
Não estou só
“ Se você pensa que nesta vida eu estou sozinho,
ou melhor, nós estamos sozinhos, está profundamente enganado.
Jamais estamos sós. A energia que nos criou está sempre velando para
que sejamos cada vez melhores, mas a nossa melhoria só depende de nós
próprios, das nossas mentes que geram pensamentos bons ou maus, positivos ou negativos.
Ninguém pensa por nós, conseqüentemente, a responsabilidade pelos nossos pensamentos
é exclusivamente nossa.
Mas afinal de contas, o que consideramos um bom pensamento?
Todo aquele que está fundamentalmente baseado no AMOR.
Quais serão, então os maus?
Os que se alicerçam sistematicamente no ódio.
Quem os escolhe, afinal?
Eu, você, enfim todos." K. Rollin
Todos estes poemas são de K. Rollin.Que suas palavras (seus exemplos de amor puro e fiel) vivam eternamente no coração de todos nós.
quinta-feira, 26 de março de 2009
Meu mundo
Eu queria mudar o mundo
Mas o mundo não quer ser mudado
Minha morada íntima não tem valor
Está desmoronando como avalanche
Meu mundo cai a toda hora
E tenho que aprender a me reerguer também
Sempre sozinha
Continuo tentando
E insisto em querer mudar
Desde pequena,a revolucionária
Que revolta os cantos com tua sede de justiça
Que se sente hostilizada por não ter pudores em dizer o que pensa
Em ser o que é
Mar revolto
Inquieto
Não sinto esse vibrar no mundo que carece de grandes lutadores
Valores frágeis e vazios
Não há espaço para expressar nossa voz que grita por humanidade.
E não haverá lei e nem moral capaz de me fazer botar um freio nesse furor
Ideal de vida
Ideal de morte
Ideal de alguma coisa
E se a sociedade se contradiz a mim
O que fazer a não ser aceitar essa natureza?
Selvagem
Desafiadora
Desbravadora de mundos
Líder de causas
E quem verdadeiramente me amar
Será desse modo incondicional
Adorando as causas que existem em mim,bem acima das aparências
Desde sempre fui assim
Aquela que transgride as regras falsas
E assim é meu mundo
Por ele sou feliz e por ele choro
Por ele vivo e por ele morro
Minha tentativa será em vão
Não querem me ouvir
O mundo está cego,surdo e mudo
Mas prosseguirei assim mesmo
Pois assim é meu mundo:
Transgressor e sereno,
Pacífico e revolto,
Expresso e sufocado,
Meu e somente meu.
sexta-feira, 20 de março de 2009
Carta de um pai à filha
Querida filha,
Ainda me lembro dos teus primeiros passos,quando te ajudava no teu breve caminhar pelo mundo
Não imginavas que aqueles preciosos passinhos de criança,um dia iriam te lançar num mundo tão hostil
Ainda me lembro da tua paixão ao se sujar toda de bolo de chocolate,quando preparávamos a massa na cozinha
Ali,eu via aquela menininha tão transparente e sensível e já antevia as imagens de farpas no teu futuro
Agora,sei que você sofre do mal que eu havia te alertado no passado,quando choravas no meu colo porque uma amiga da escola falara calúnias a teu respeito.Lembra?
Te disse:"Ouça-me bem amor.O mundo é um moinho e vai triturar teus sonhos tão mesquinhos."
Agora, você vê o abismo, e o mundo vira-lhe as costas.Sei que sofres a dor da paixão e da traição.Mas não se esqueça nunca daquelas tardes em que eu te levava para andar à cavalo e comer algodão doce no parque.
O meu lar acolhedor de pai você sempre terá.Entenda que hoje ,aquela menininha está se tornando mais forte e capaz de compreender as questões da vida e de seguir em frente.
O mundo irá triturar teus sonhos tão mesquinhos diante dele; e cabe a ti não permitir que ele te disvirtue dos teus objetivos,pois o abismo é tu quem cavas com teus próprios pés,que agora são adultos.
Desejo-te a paz
Abraços apertados
Pai
( texto baseado na música"O mundo é um moinho"/Cartola)
domingo, 15 de março de 2009
Desconhecimento
Eu fujo aos padrões sim
Por isso não tenho identidade
Sigo meu rumo pelo mundo
Sou estrangeira de mim mesma
Branco e preto
Mar e céu
Rica e pobre
Doce e rude
Pacata e rebelde
Mel e fel
Passado,futuro e presente
Certeza e incerteza
Constância e inconstância
Querem dizer quem sou
Mas nunca saberão
Serei sempre eu
No mais secreto íntimo
Não importando o que pensem
Vivo intensamente sim
Buscando a mim mesma entre experiências e até ilusões
Não sei dizer exatamente quem sou
Porque me conheço mais e menos a cada dia
Só sei que um dia o Sol talvez brilhe por mim e para mim
Reconhecendo o meu valor sem julgamentos revestidos de hipocrisia
Provavelmente,eu não saberei
Mas isso não será relevante
sábado, 14 de março de 2009
A madrugada
Serena e pacífica
Bela e sombria
Inspiradora e misteriosa
Assim é a madrugada
Enquanto todos repousam,
A noite exala mistério,
Desperta sonhos,
Tranquiliza mentes que precisam se recuperar,
Instiga o instinto de muitos animais
E me ajuda a pensar
Estrelas da noite nos fazendo crer em algo maior
Céu poderoso de muitas constelações
Abençoe o nosso sono
O negro
O canto da cigarra
A paz do silêncio
Um momento de reclusão
Repouso vespertino
Amo você
Fiel companheira
Então,me ajude logo a criar
Uma poesia de cabeceira
quinta-feira, 12 de março de 2009
Brilho infantil
Como era leve ser criança
E não saber que o tempo passaria tão rápido
Não pensar
Simplesmente viver
Saboreando um doce
Uma cama macia
O calor do lar
Como um colo de bebê
Ali estávamos seguros e protegidos
E até as brigas não eram tão frias
Tinham um brilho cândido da infância
E essa ignorância,às vezes,é tão boa
Faz bem para o corpo
Mas é tão difícil,certas horas,se lembrar daquele tempo
Quando a luta pela vida se faz tão presente
O que importa é passar por cima
E não interessa como
Famílias brigam
Namorados traem
Amigos se orgulham do seu egoísmo
Não pensam
Assim vou vivendo
Me afastando de pessoas assim
Procurando o meu espaço
Me aproximando cada vez mais de mim
É assim que devo agir?
Não sei
Mas a minha intuição me diz que sim
quarta-feira, 4 de março de 2009
Recanto
No teu ser me inspiro
Fico a te contemplar querido
E quando meus passos não me guiarem na direção certa
É no teu colo que repousarei
No teu ombro amigo
Recanto
E no rastro do meu caminhar
Levo comigo tua presença distante
Uma voz
Um palavra
Um carinho
Uma doce lembrança
Nas tranças da solidão,sei que um dia repousarei novamente
E sei que ,nessa hora,você estará comigo
Mesmo que só em silêncio
Na tua luz buscarei abrigo
Te imaginarei como a criança feliz que você não foi
O adolescente alegre por descobrir o mundo
O adulto realizado que poderá ser
Não te imaginarei triste
Porque isso me faz sofrer
Lar de pensamento
Não sentirei mais frio
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Saudades
Se eu pudesse passear por todos os cantos
Estaria a quinze anos atrás
Estaria perto de você para saber como está
Não estaria confusa porque teria todo o tempo do mundo
Iria poder ver tudo e todos
E não me sentiria sozinha
Acabaria com a saudade dos pãezinhos da vovó
Com a angústia de não saber da amiga do passado
Porque apenas saber da felicidade de certas pessoas já me bastaria
Ainda que elas não se lembrem mais de mim
Não me importo
Elas sempre serão importantes
Momentos curtos que marcam
Anos longos que voam
Tudo passa
Menos certas lembranças que soam
O apoio da voz amiga
A inteligência de certas pessoas que são únicas
A pureza,o caráter
Porque assim são elas
Simplesmente únicas
Saudade é tão complicado
E como não posso estar lá e agora
É melhor abstrair e ir dormir
Meus nomes
A primeira paixão de Alfredo
Ah,aquele amor de Alfredo
A menina que lhe tirava o fôlego
Ele ficava até com calafrios ao ver teus gestos tão delicados
Aninha que lhe deixava assim
Fogoso,a pensar nela o dia inteiro
E o garoto ansioso,sentindo o coração palpitar dentro do peito, já não se concentrava mais em seus deveres de estudante
Assim era aquela descoberta tão excitante, nova e surpreendente
Aquela que domina o nosso corpo, descontrola os nossos sentidos e nos faz perder a razão,tremer e até enlouquecer
A paixão
Após as aulas,era atráz da capela que ele ficava esperando o aparecimento da moça
E quando lhe roubou um primeiro beijo, sentiu o fogo do prazer aquecendo-lhe por dentro
Mas como era bom!!
Era só um menino vivendo o despertar da puberdade
O descobrimento da sexualidade
Ele não entendia bem o que sentia,mas quanta emoção já tinha!
domingo, 15 de fevereiro de 2009
O amor
Porque o amor tem que ser algo tão complicado?
Quando pensamos que seríamos felizes
Todos os bons momentos
Parece que agora ficam lembranças
Lágrimas e novamente a solidão
Porque não conseguimos a felicidade sozinhos?
Ou porque precisamos da distância para entender o que acontece com a gente?
O amor é um sentimento tão bom e tão traiçoeiro ao mesmo tempo
Quando pensamos que podemos confiar nele
Ele nos deixa tão frágeis e desolados
Pudera eu amar e ser amada
Ter a certeza de um futuro cheio de alegrias ao teu lado
Porque foi isso o que eu desejei e é isso o que eu desejo
Tudo o que me ensinou está aqui martelando na minha cabeça
Me forçando a crescer e ser alguém mais forte e segura
Mas porque só na dor e através dela é que crescemos e enxergamos as coisas?
Pudera eu levar a vida leve e tranquilamente
E um doce abraço teu, me faria superar qualquer obstáculo e vencer qualquer luta
Porque em algum lugar devia estar guardado o nosso encontro
Tantas vivências em comum
Pensamentos,interesses e atitudes
O que restou?O que faltou?O que não foi o bastante?
Porque não depende de mim o meu querer?
Estou tentando entender
A sensação de falência e de frustração é a pior quando as coisas não acontecem como a gente gostaria
O sentimento de que as coisas fogem ao nosso controle, mesmo quando tentávamos fazer tudo para que elas dessem certo
És a melhor pessoa que eu já conheci
A mais pura e a mais fiel
O mais forte e o mais corajoso
E perto de você,às vezes,eu me sinto até pequena
Mas não pense que niguém te viu
Porque apesar das minhas limitações,eu pensei em você
Eu não te esqueci
Eu reconheci o teu valor
Eu quis estar com você
Mas preciso te deixar livre
Preciso que você tenha paz
Viver e deixar viver
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Insatisfação
Pelas madrugadas eu fico a imaginar,
a pensar que não existe vida sem frustração
e que as mesmas nos acompanharão sempre
Fico a pensar como seria a vida que desejamos ter
e quando esse objetivo fosse alcançado,
ficaríamos satisfeitos?
Ou estaríamos sempre buscando algo mais?
O ser na eterna busca por algo
Como criamos tais necessidades?
Se vivêssemos em um lugar calmo,perto da natureza e distante das influências do meio social,
seríamos mais serenos e nossas ambições seriam outras?
Acredito que o ser humano seria sempre ambicioso,
mas nessa situação,as ambições seriam mais simples e vitais
Vitais para quem percebe que a vida não é tão complicada e difícil assim
Leves e Puros
Assim poderíamos ser
Ao acordar,ver o nascer do Sol
Ao dormir,ver a Lua radiante no céu estrelado
Cuidar de um pomar
Ver uma criança brincar
Seria tudo tão mais simples
Se satisfazer com o que temos,
com o que podemos construir
sem se lamentar e nem se sentir pior por saber que existem outros que têm aquilo que você não tem
Meta difícil quando aqui se vive
Encontro com a tranquilidade
A natureza quer nos ensinar
o quanto pode ser bom estar vivo
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Espaço Fascinante
Colorido e misterioso
Frio e quente
Sólido e líquido
Sombrio e grandioso
Fascinante
Espaço fascinante
Buscamos conhecê-lo
Mas nessa busca nos perdemos
Somos muito pequenos diante da tua imensidão
E, dessa forma, tudo vira mera especulação
Crateras,asteróides e buracos negros
Estrelas,planetas e galáxias
Nebulosas,anãs-brancas e explosões atômicas
Poeira cósmica e gás
Matéria escura e energia escura
Sabemos tanto,e esse tanto,é tão pouco
Mas, mesmo sem saber, nos deslumbramos
E isso nos motiva a buscar mais respostas para as mesmas perguntas que os antigos já faziam
O Universo instiga a nossa curiosidade
Nos faz crer em algo superior e mais poderoso do que nós
Nos faz pensar que não estamos sozinhos
Que somos privilegiados por morarmos na Terra
Que a vida é algo quase inacreditável
E que nada na natureza acaba,mas apenas se transforma sempre
Somos minúsculos sim
Mas podemos pensar e nos encantar com essas belas paisagens e descobertas que o Hubble nos trouxe
Podemos sentir que somos parte desse conjunto e que dele viemos
Porém,apenas saber que descobrimos tanto em tão pouco tempo já é algo gratificante e excitante
O Hubble deixará lembranças e registros para a humanidade
Agora, sabemos o quão pequeno é o nosso planeta
Tivemos a confirmação do que alguns já suspeitavam antes da existência desse incrível telescópio
Mas os avanços prosseguirão mais adiante
Assim, restam muitas perguntas sem respostas desafiando nossas mentes e a ciência
Forças desconhecidas
Mas,apesar disso,o universo será sempre espetacular
Ainda que não o conheça bem
Ao ouvir uma música,me sinto integrada
E essa imensidão que,por vezes,assusta,também fascina
Pois a natureza é também artista de obras magníficas
Isso é Universo Incandescente
É o que move
Transforma e deslumbra
Impressiona e cativa
Fazendo vibrar a energia
O espaço,a vida
O ser
Lembrando Clarice
Não sei por qual motivo escrevo
Há uma esperança de que a expressão da emoção e do pensamento provoque algo em alguém
Ou mude alguma ordem
Mas não muda nada
Não muda nada
Quando escrevo eu morro
E preciso ressuscitar, no descanso,para poder morrer de novo
Agora,estou morta
E não sei quando irei reviver para poder morrer outra vez
Quem se preocupa com formalidades,não conseguirá me entender
Não é preciso idade
É só estar imbuído e penetrado
Ter intuição e sensibilidade
Assim como Macabéia,eu também não sei quem sou
Não sou uma profissional porque não cumpro obrigações
Não tenho obrigações com o que escrevo
Apenas escrevo
E, por isso,não gosto de ser rotulada
Não gosto de dar entrevistas
obs: Tomei como base para escrever esse texto,as respostas de Clarice em uma entrevista realizada em 1977
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
A Popstar
A popstar se sentia triste e solitária em um quarto de hotel
Ela não sabia mais o que era cair na grama e sentir o seu frescor
Comer pipoca e rir até fazer cócegas
Andar pela praça sem ser vista como algo anormal
Comer lasanha e saborear sem culpa
Ser o que se é
Não sabia mais o que era não ser cobrada
Não se cobrar para não ser criticada
Ela precisava extravazar para se sentir livre
Mas acabava não sendo natural porque não podia ser exatamente ela
Todos a julgavam um mulher realizada e feliz
Mas a popstar andava entediada daquela vida de aparências
Queria poder dançar no meio de todos e ir ao cinema como qualquer mortal
E vinha logo o grupo de seguranças para conter a multidão
A Popstar queria apenas poder ser o que é por um único dia que fosse
Sem ser observada ou perseguida
Passear com seus filhos sem medo
Ir para onde fosse sem ser olhada
Essa é a vida da Popstar
E muitos dos que a aplaudem,não sabem nem ao certo o que admiram
Ela sabia disso
Desconhecem a pessoa
Vêm uma criação da mídia
Não sabem o que apreciam
A popstar era mais do que popstar
Era humana
Tinha sentimentos
E não era Deus
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Universo Incandescente
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